Morre o cineasta Robert Altman

Foto: Divulgação
O diretor de M-A-S-H  morreu de causa não revelada.

Los Angeles – Robert Altman, o mordaz e irreverente escritor satírico que esteve por trás de M-A-S-H e Nashville e que passou a vida opondo-se às regras de Hollywood e às convenções narrativas, morreu em um hospital de Los Angeles, informou ontem sua produtora, a Sandcastle 5 Productions. Tinha 81 anos.

O diretor morreu anteontem à noite, conforme informou à Associated Press Joshua Astrachan, produtor de Sandcastle 5 Productions em Nova York. A causa da morte não foi revelada. Indicado cinco vezes ao Oscar como melhor diretor, a mais recente delas em 2001, por Assassinato em Gosford Park, Altman finalmente foi reconhecido este ano com o prêmio honorário da academia por sua carreira. O reconhecimento que nunca teve com seus mais de 80 filmes como diretor, 39 como produtor e 37 como roteirista.

Na ocasião, a academia disse que o prêmio ao diretor de Kansas City correspondia a ?uma carreira que reinventou continuamente a arte cinematográfica e que inspirou a outros realizadores e à audiência igualmente?. Na cerimônia, Robert Altman recebeu a estatueta das atrizes Lily Tomlin e Meryl Streep, e fez um discurso emocionado sobre sua paixão pelo cinema. Disse que nunca fez um filme que não quisesse ter feito.

Mais do que isso, durante a cerimônia ele revelou, em seu discurso de agradecimento, que tinha feito um transplante de coração há aproximadamente dez ou 11 anos. E concluiu que a academia talvez estivesse se apressando em dar a ele o prêmio honorário porque ele estava longe de se aposentar.

Algumas de suas produções mais famosas e que concorreram ao Oscar de melhor direção foram Mash (1970), Nashville (1975), O jogador (1992), Short Cuts – Cenas da vida (1993) e Assassinato em Gosford Park (2001).

No último Festival de Berlim foi premiado por seu filme A prairie home companion. Altman começou sua carreira como documentarista e estreou no cinema com Amor ilícito, em 1957.

Além de seus sucessos cinematográficos, Altmam sempre foi um defensor da contracultura e das liberdades. Sua oposição ao presidente dos EUA, George W. Bush, o levou a prometer que sairia do país caso fosse o governante reeleito, como ocorreu. Apesar de ter descumprido a promessa após a vitória eleitoral de Bush em 2004, as produções de Altman se mostraram cada vez mais ligadas à Europa e menos aos Estados Unidos, onde tinha mais dificuldade de captar financiamento para seus projetos.

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