Metamorfose

Fernanda Souza emenda trabalhos na tevê, mas nem por isso sua imagem cansa ou parece repetitiva. Da caipira Mirna, de Alma gêmea, a atriz rapidamente engordou e se transformou na feiosa e complexada Carola, de O profeta. De uns tempos para cá, pode ser vista loira e sete quilos mais magra como Isadora, no humorístico Toma lá, dá cá, da Globo. As mudanças não são apenas na parte física. Fernanda incorpora com facilidade tipos que são bem diferentes entre si.

Independentemente do tipo de papel que é convidada a interpretar, tem dado conta do recado. ?O meu desejo profissional sempre foi ser uma atriz versátil. Pelos personagens que os autores têm me confiado, acho que estou conseguindo?, avalia ela, sem ar de superioridade.

E para entrar na trupe comandada por Miguel Falabella, a desenvoltura da atriz foi fundamental. Em 2005, Toma lá, dá cá foi exibido como especial de fim de ano na Globo. Na época, Fernanda chegou a fazer testes para integrar o elenco mas a equipe fez a opção por uma novata com a intenção de lançar um novo nome. Quando foi decidido que o programa entraria na grade fixa de programação, no entanto, autor e diretor não pensaram duas vezes. ?Faltava um mês para acabar O profeta e o Roberto Talma me disse que tinham optado pelo meu nome. Adorei?, conta.

O fato de já ter feito muita gente rir com as trapalhadas de Mirna em Alma gêmea não serviram para deixar a atriz mais tranqüila em relação ao novo trabalho. ?É outro tipo de humor e trabalhamos com a comédia o tempo todo, não apenas em algumas cenas como era na novela?, diferencia. Outra novidade para Fernanda é o formato do programa, que é exibido na televisão, mas conta com uma platéia de 50 pessoas no estúdio. ?A gente precisa empostar a voz como se estivesse no teatro, mas tem de manter a postura correta para a televisão. O segredo está em encontrar o meio-termo?, afirma.

Fernanda está há pouco tempo no ar como a ?tchuchuca? Isadora, menina de caráter duvidoso, que não gosta de estudar e prefere ir a bailes funks procurar ?pitboys?. Mesmo assim, já deu tempo de ter uma resposta do público em relação a sua performance. ?Várias amigas ligaram para dizer que adoraram. E as pessoas que vão assistir ao vivo também riram bastante. Acho que funcionou?, afirma a atriz. Depois de duas novelas de época, representar uma garota superatual – e que, segundo os autores Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa, é a cara das meninas da classe média carioca – é mais um bom teste para Fernanda. ?O texto é bem direto, a Isadora é supermoderna, mas a graça está no exagero, na lente de aumento sobre a maneira de ser dessa menina?, define.

Para quem estreou na tevê aos cinco anos fazendo comerciais, entrar para um grupo que já trabalhou junto inúmeras vezes e se conhece bem não assusta. ?Eu me senti em casa desde o primeiro dia?, diz Fernanda. Ela só não mostra a mesma segurança de veterana quando o assunto são os elogios que recebe pela sua performance. ?O sucesso não me deslumbra e nem me faz relaxar. A cada elogio que recebo a situação piora porque tenho medo de decepcionar os fãs, meus colegas e até os críticos que me aplaudem?, revela.

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