Mesmo com um contrato que garante descanso, Tony Ramos não pára de trabalhar

tv11.jpgNo contrato com a Globo, há uma cláusula que garante a Tony Ramos seis meses de intervalo entre o fim de um trabalho e o início de outro. Não é raro, no entanto, ele abrir mão dessas férias. Principalmente quando lhe cai no colo um papel interessante. Caso do Percival Farquhar, de Mad Maria. Ele ainda estava nas gravações de Cabocla quando o diretor Ricardo Waddington o interpelou: ?Tunico, quero falar com você?. ?Quando um diretor diz isso, das duas, uma: ou é um puxão de orelha, que eu sabia que não merecia, ou é um novo projeto?, relembra, com um largo sorriso. Resultado: uma semana depois de tirar o figurino do Coronel Boanerge já estava trajando os ternos bem-cortados do ambicioso empresário americano de Mad Maria.

Mas agora, na reta final de Mad Maria que termina dia 25, ele faz questão de frisar que não vai se deixar seduzir por nenhum outro projeto e que não vai dar as caras na tevê tão cedo. O ator assegura que só volta a atuar em Belíssima, novela de Sílvio de Abreu, que sucederá América em 2006. ?Não me convidem para nada antes disso porque eu, educadamente, vou dizer que não?, avisa. Mesmo querendo, Tony não consegue ficar sem aparecer na tevê. Atualmente, ele pode ser visto também na reprise da novela Laços de Família, na qual interpretava o simpático Miguel.

Mas o afastamento da tevê não significa, necessariamente, descanso. A partir de abril, Tony começa a filmar o longa Se Eu Fosse Você, de Daniel Filho. Tony vai interpretar um publicitário bem-sucedido que passa a questionar a rotina de sua vida de casado. Em uma das seqüências, o ator vai ter até de aparecer praticando judô. Avesso a laboratórios, Tony garante que não vai fazer aulas para aprender a luta. Vou aprender um golpe e chega, frisa.

Influenciado por Oscarito

A vontade de ser ator surgiu, ainda na infância, quando o paranaense Antônio Carvalho Barbosa assistia aos filmes do comediante Oscarito e queria ser como ele. Não demorou muito e o sonho de atuar se tornou realidade. Aos 14 anos, ele estreou na tevê em Novos em Foco, programa de esquetes transmitido ao vivo pela extinta TV Tupi, que tinha como objetivo relevar novos talentos. Na emissora, já batizado de Tony Ramos pelo diretor Ribeiro Filho – Ramos é o sobrenome da mãe de Tony – fez sua primeira novela: A Outra, de Walter George Durst. Tony ficou na Tupi até 1977, quando foi para a Globo e estreou em Espelho Mágico, de Lauro Cesár Muniz, e não saiu mais. Tony é completamente apaixonado pela sua profissão e garante ser impossível apontar seus personagens favoritos. Sou grato a cada um deles. O que mais me encanta na carreira é justamente não me arrepender dos papéis que já fiz, avalia.

Sonho é se tornar executivo

Aos 41 anos de carreira e com mais de 100 personagens no currículo, Tony Ramos cogita se tornar um executivo da tevê, como ele mesmo define. Ele ainda não faz idéia da exata função diretor, produtor que poderia exercer. E nem mesmo imagina se seria na própria Globo, mas revela que tem vontade de gerenciar um processo de criação. Se a idéia for adiante, Tony pretende começar a fazer algo, até então, inédito em sua trajetória artística: dar um grande intervalo entre seus trabalhos na tevê.

Trajetória televisiva

# A Outra, 1965, Vevé.

# Antônio Maria, 1968, Gustavo.

# Os Amores de Bob, 1968, Bob.

# Nino, o Italianinho, 1969, Rubinho.

# As Bruxas, 1970, Tito.

# Simplesmente Maria, 1970, Toninho.

# Hospital, 1971, Luiz Carlos.

# Vitória Bonelli, 1972, Thiago Bonelli.

# Rosa-dos-Ventos, 1973, Quico.

# Os Inocentes, 1974, Marcelo.

# Ídolo de Pano, 1974, Luciano.

# A Viagem, 1975, Théo.

# O Julgamento, 1976, Lico.

# Espelho Mágico, 1977, Paulo Morel/Cristiano.

# O Astro, 1977, Márcio Hayala.

# Pai Herói, 1979, André Cajarana.

# Chega Mais, 1980, Tom.

# Baila Comigo, 1981, João Vítor/Quinzinho.

# Sol de Verão, 1982, Abel.

# Champagne, 1983, Nil.

# Livre para Voar, 1984, Pardal.

# Grande Sertão Veredas, 1985, Riobaldo.

# Selva de Pedra, 1986, Cristiano Vilhena.

# Bebê a Bordo, 1988, Tonico.

# O Primo Basílio, 1988, Jorge.

# Rainha da Sucata, 1990, Edu.

# O Sorriso do Lagarto, 1991, João Pedroso.

# Felicidade, 1991, Álvaro Peixoto.

# Olho no Olho, 1993, Guido.

# A Próxima Vítima, 1995, Juca.

# Anjo de Mim, 1996, Floriano Ferraz.

# Torre de Babel, 1998, Clementino.

# Laços de Família, 2000, Miguel.

# As Filhas da Mãe, 2001, Manolo.

# Mulheres Apaixonadas, 2003, Téo.

# Cabocla, 2004, Boanerges.

# Mad Maria, 2005, Percival Farquhar.

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