Maternidade dentro e fora da TV

Ana Paula Tabalipa passou os últimos três anos vivendo um único papel: o de mãe. Desde que engravidou do pequeno Lui, ela estava afastada da tevê. Agora que o menino completou dois anos, a atriz decidiu retomar a carreira. Ela será a protagonista da novela “Jamais Te Esquecerei”, que estréia segunda, no SBT. Mas, tão logo soube que foi escolhida, Ana Paula teve outra surpresa. Está grávida de novo. Por sorte, sua Beatriz – uma típica heroína de novela mexicana -, também engravida. Além disso, as gravações terminam em junho, quando a atriz estará no sexto mês. “Só não posso engordar muito. No final da novela, vou ter de usar barriga postiça!”, diverte-se a atriz de 24 anos, que desta vez não pretende ficar tanto tempo de licença maternidade.

Há apenas três meses, Ana Paula nem sabia que estava cotada para protagonizar “Jamais Te Esquecerei”. Na verdade, sequer imaginava que a emissora estava produzindo a novela da mexicana Caridad Bravo Adams. Foi avisada por telefone pelo diretor de elenco Fernando Rancoleta que, na manhã seguinte, anunciou que o papel era dela. “Tinha acabado de montar minha casa no Rio de Janeiro. Mas não pensei duas vezes. Corri para São Paulo, arrumei um apartamento e parti com meu filho e babá a tiracolo”, conta a atriz, que tinha feito teste para “A Pequena Travessa” mas, na reta final, perdeu o papel para Bianca Rinaldi.

O convite para “Jamais Te Esquecerei” marcou o fim de um longo jejum de televisão. Afinal, depois 99, quando protagonizou “Luna Caliente”, na Globo, Ana Paula desapareceu. “Minha personagem era para ser uma Anita e estourar. Mas infelizmente a minissérie não aconteceu”, diz, resignada. Quando voltou a ser lembrada pela Globo, porém, estava com o filho ainda de colo. Aos prantos, declinou do convite para entrar em “A Padroeira”. “O diretor Roberto Talma me chamou numa sexta para começar a gravar na segunda. Não tinha como deixar o Lui assim… Talvez tenha sido meu erro. Se tivesse aceitado, acho que emendaria um trabalho no outro”, analisa, com uma indisfarçável arrependimento.

P – É a primeira vez que você trabalha fora da Globo. Como está sendo a experiência no SBT?

R – Boa. É tudo muito diferente… Mas já estava há tempos sem trabalho e fiquei muito feliz com o convite. É muito bom trabalhar com o Henrique Martins, que dirige a novela. Além disso, tem Bia Seidl, Jonas Bloch, Danton Mello, Tássia Camargo… Quanto ao elenco, a gente acha até que está na Globo.

P – Mas há uma grande diferença quanto à produção…

R – Sem dúvida. Mas toda a equipe é muito amorosa. De repente, existe até um carinho maior porque é só uma novela por vez. Na Globo são três novelas, vários seriados, uma minissérie, além de “Malhação”, “Big Brother”… No SBT é só a gente! Então, recebemos todas as atenções.

P – Você talvez mais que os outros, já que está grávida… O ritmo de trabalho não é muito puxado?

R – É. Mas tenho saúde e disposição. Na gravidez do Lui, eu trabalhei até o quinto mês sem ficar enjoada. De fato, são muitas cenas. Chega a 70 por dia. Às vezes, saio de casa às 9 h e chego depois das 23 h. Por outro lado, são apenas quatro meses e esse esquema é muito bom.

P – Não teve receio de ser cortada da novela em função da gravidez?

R – Não. Andou saindo na imprensa matérias do tipo: “A Ana Paula não vai ser cortada porque está grávida…”. Mentira. Sempre souberam que estava grávida. Desde o primeiro dia, antes de anunciarem meu nome. Assim que descobri, eu contei para a direção. Todo mundo ficou ciente.

P – E como você define a Beatriz?

R – É uma típica heroína romântica. Órfã de pai, que também perde a mãe na infância. Vai para a casa do padrinho, se apaixona pelo filho dele e sofre com o ódio da madrasta. É mandada para um colégio interno e só reencontra seu amor muitos anos depois… Eu sigo o texto. Mas não dá para me aprofundar na composição com o ritmo frenético das gravações.

P – O que você busca nesta retomada da sua carreira?

R – Quero papéis bons, que me deixem feliz. Mais do que me tornar reconhecida na rua. Sabe que, para as pessoas, até hoje eu sou a Tainá de “Malhação”? Fiz trabalhos maravilhosos como “Chiquinha Gonzaga” e “Luna Caliente”, mas não adianta… Perguntam se eu ainda estou em “Malhação”, se fui paquita – acho que me confundindo com a Juliana Baroni. Quero fazer uma vilã! Como sou lourinha de olho azul, acham que tenho de interpretar sempre a mocinha… O Rancoleta mesmo disse que eu só faria essa novela se fosse a protagonista.

Eu queria ser a má… Falo até que vou fazer uma cicatriz no meu rosto para mudar. Na verdade, tenho de fazer uma peça ou um filme que me permita dar um pirada. Só assim as pessoas vão ver que sou capaz.

Ex-globais se reencontram no SBT

Em “Jamais Te Esquecerei”, nova novela mexicana produzida pelo SBT, o elenco é 100% nacional. A maior parte é bem conhecida de novelas globais, como a protagonista Ana Paula Tabalipa, intérprete da romântica Beatriz. Ela estreou em “Malhação”, em 95, fez “Caça Talentos”, de Angélica, em 96, “O Amor Está no Ar”, em 97 e as minisséries “Chiquinha Gonzaga” e “Luna Caliente”, em 99. Também estão no elenco Fábio Azevedo, Bia Seidl, Jonas Bloch, Vera Zimmermann, Viviane Victorette, Rejane Arruda, Felipe Folgosi e Danton Mello, que vive seu primeiro vilão na tevê.

A novela da mexicana Caridad Bravo Adams foi adaptada por Ecila Pedroso. Na história, a mãe de Beatriz – numa participação de Tássia Camargo -, implora no seu leito de morte que Antônio, Jonas Bloch, tome conta de sua filha adolescente. Em nome de sua antiga paixão, ele aceita criar a garota, ao lado do filho Danilo, papel de Fábio Azevedo. Um amor profundo nasce entre os dois, para desespero de Leonor, a prepotente mãe do garoto, interpretada por Bia Seidl. Logo, ela trata de separá-los. Dez anos se passam até que o reencontro de Beatriz e Danilo torna-se inevitável.

Na contramão do drama, porém, está o alegre Bar da Açucena, personagem de Vera Zimmermann. O local -uma mistura de bar, restaurante e casa de show – receberá artistas convidados para dar uma “palinha”. Na trama, o garçom/cantor Adamastor, interpretado por Wanderlei Cardoso, pede emprego no bar e acaba ficando famoso. Já gravaram participações Jair Rodrigues e as duplas Rick & Rener, Edson & Hudson e Cristian & Ralf. “Fizemos um bar ?country?, mais sofisticado. Nada parecido com o Bar da Jura, de ?O Clone?”, esclarece Ecila Pedroso.

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