Considerada a principal voz feminina da MPB que surgiu nos últimos anos, Marisa Monte vem alçando vôos mais altos com a maturidade na carreira, e porque não dizer, com a maternidade. Após seis anos sem gravar em estúdio, ela lançou recentemente dois álbuns: Universo ao meu redor e Infinito particular.
Abrindo a turnê dos lançamentos, Marisa se apresenta no Teatro Guaíra hoje, amanhã e sábado. O show deve contar com efeitos visuais, luzes e sombras, além da presença do quadro de músicos formado por Dadi no baixo, violão e guitarra; Marcelo Costa na bateria e percussão; Mauro Diniz no cavaquinho e violão; Carlos Trilha nos teclados; Maico Lopes no trompete; Marcus Ribeiro no cello; Pedro Mibielli no violino; Pedro Baby no violão e guitarra e Juliano Barbosa no fagote.
Juntando-se ao rico quadro de músicos, Marisa Monte ainda toca violão e ukelele, instrumento havaiano igual ao cavaquinho português. ?Ele tem uma sonoridade doce e as cordas são mais suaves que o comum?, conta a cantora. Numa apresentação que conta com sons de fagote, violoncelo, trompete e violino, o ukelele toma corpo e revela uma sonoridade leve, tal como são as canções de ambos os álbuns. O repertório, formado por 21 músicas, traz uma seleção dos dois lançamentos e algumas músicas já conhecidas do público.
Em Universo ao meu redor, álbum gravado entre maio e setembro de 2005, com produção de Mario Caldato, Marisa namora com o samba e presta homenagem aos compositores da Velha Guarda e seu jeito puro de fazer samba. O trabalho não é um samba em si, mas traz sua influência estampada com a feminilidade característica da cantora. ?Poucas coisas me emocionam mais do que a Velha Guarda e esse álbum traz um pouquinho desse universo.? Se rendendo ao gênero e seu charme, Marisa afirmou que gravou o disco não como artista, mas como cidadã, já que o samba original se transformou e mudou de conceito. A produção de Caldato traz elementos contemporâneos que bem se enquadram com o samba clássico.
Já em Infinito particular, gravado em outubro de 2005, o público acompanha uma Marisa com os traços do Tribalistas aliada à densidade que os arranjadores tiraram do fagote, violoncelo, trompete e violino. A suavidade vocal e o jeito feminino da cantora rende interpretações de músicas dos quinze anos de carreira, principalmente dos últimos dois. Foram ouvidas mais de cem fitas com canções inacabadas e alguns rascunhos até chegar no repertório final.
?Os dois discos são os mais leves que já fiz. Mesmo com o samba, que é um universo masculino, quem escuta percebe a visão feminina.? A apresentação promete ser uma surpresa inclusive para a cantora. ?Não posso prever o resultado, o show é uma experiência em si, uma emoção a ser vivida?, finaliza.
Serviço:
Show de lançamento da turnê Universo particular, da cantora Marisa Monte, no Teatro Guaíra, hoje, amanhã e sábado, às 21h. Ingressos de meia entrada para quem doar um livro não didático usado: R$ 100 (platéia), R$80 (1.º balcão) e R$ 50 (2.º balcão). Sem o livro os ingressos custam o dobro.