Mãos de mães

A mesma mão que envolve o rosto do homem amado,

acaricia a barriga, sentindo antes, a tez macia do filho.

A mesma mão que segura o seio para saciar a fome,

ensaboa o corpinho indefeso e amado.

Aquela mão que segura firme na hora dos primeiros passos,

sabe que terá de corrigir, com suave energia, as manhas futuras.

Essa mão carinhosa ensinará os primeiros rabiscos e

Com incansável entrega repetirá gestos e mímicas das tantas histórias infantis…

Muito rápida e atenta, uma mão de mãe salvará o filho de quedas e assaltos,

Enquanto a outra curará suas feridas.

Umas mãos aplaudirão muito os sucessos,

Enquanto outras tantas, enxugarão as lágrimas das decepções.

Mãos de mães que lavam roupas e louças, que esfregam o chão de outras mãos de mães que, abastadas, são vazias de labor, mas que também repetem gestos de carinho e afeto e mimam seus rebentos.

Mãos com calos e rachaduras,

mãos macias e cheirosas.

As mãos do tempo, do sempre,

das mães da Bíblia,

da Mãe de Jesus,

… da antigüidade

… dos anos cinqüenta, sessenta, setenta…

As mãos das mães de hoje

dos filhos rebeldes,

dos filhos obedientes,

dos filhos estudiosos

dos que deixam orgulhosas as mães que construíram com

suas mãos aquele futuro.

Mãos de mães atentas e carinhosas,

vão-se envelhecendo,

recebendo manchas, rugas e dores…

Mesmo assim continuam…

incansáveis na sua ânsia de não deixar sofrer,

no seu infinito desejo de agradar,

no seu impagável tato de Amor.

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