MAM celebra 60 anos com mostra na Oca do Ibirapuera

Os anos de 1947 e 1948 foram os marcos das criações, primeiramente, do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e, em seguida, dos Museus de Arte Moderna (MAM) de São Paulo e do Rio, processo que ainda se complementa em 1951, com a fundação da Bienal de São Paulo. A história dessas instituições no Brasil é toda imbricada de tramas, ramificações e problemas que, até hoje, fazem eco nas suas realidades atuais. A mostra MAM 60, a partir de quinta-feira para convidados e sexta-feira para o público, no prédio da Oca, no Ibirapuera, percorre a história de 60 anos do museu. Ainda completando as comemorações, o MAM também apresenta na Oca a mostra Frans Krajcberg: Natura e duas exposições em sua sede, no Ibirapuera.

Para contar a história do MAM por meio de sua coleção, os curadores Annateresa Fabris e Luiz Camillo Osorio, que conceberam a mostra MAM 60, como uma ponte entre a fundação do museu e seu percurso, com uma seleção de obras que integram hoje o seu acervo, numa leitura que revela cuidadoso trabalho de pesquisa histórica e alinhava núcleos expositivos que se abrem para os campos de poéticas e linguagens diversas.

“Não quisemos fazer uma exposição cronológica”, diz Luiz Camillo Osorio. Nesse sentido, os curadores escolheram dois artistas, Alfredo Volpi (1896-1988) e Flávio de Carvalho (1899-1973), como “duas âncoras para se pensar a passagem do moderno para o contemporâneo”, ainda completa o curador. “A opacidade em Volpi e a polifonia em Flávio de Carvalho foram os conceitos que encontramos para se discutir a arte contemporânea, promovendo o diálogo de suas obras com as de outros artistas, sempre no sentido de se pensar ressonâncias, nunca em termos de influências”, diz Annateresa Fabris.

Sede

Em seu prédio sob a marquise do Ibirapuera, o MAM apresenta mais duas mostras. Smetak Imprevisto, na Grande Sala, que perpassa as criações do músico suíço Walter Smetak (1913- 1984) – suas obras sonoras inovadoras e filosóficas. Sua pesquisa é mostrada pela curadoria do músico Arto Lindsay e de Jasmin Pinho – a mostra já foi apresentada no MAM da Bahia. E há ainda Cover = Reencenação + Repetição, na Sala Paulo Figueiredo, coletiva com curadoria de Fernando Oliva formada por cerca de 90 obras de criadores nacionais e estrangeiros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.