Mais de 80 sobreviventes do holocausto vieram para o Paraná

O acervo do Museu do Holocausto de Curitiba, em formação e expansão permanente, segundo o coordenador, Carlos Reiss, está nascendo com peças doadas – algumas delas réplicas – por unidades estrangeiras (entre elas, o Yad Vashem, o Museu do Holocausto de Jerusalém) e objetos doados por representantes da comunidade judaica paranaense, que sobreviveram ao holocausto.

Até o momento foram contabilizados 82 sobreviventes de campos de concentração nazistas e que, ao fim da guerra, escolheram passar o resto de suas vidas em Curitiba ou algum lugar do interior do Paraná. Entre estes, 15 ainda estão vivos e contribuem com testemunhos. Estes testemunhos se juntam a outros feitos pelo projeto Shoah e cedidos ao museu.

Entre as contribuições externas, encontra-se um fragmento de Torá, queimada durante A Noite dos Cristais, um episódio famoso de perseguição aos judeus em 9 de novembro de 1938, quando sinagogas e casas de judeus foram incendiadas em toda a Alemanha e Áustria. Estima-se que numa única noite, 91 judeus foram mortos, entre 25 mil e 30 mil foram presos e levados a campos de concentração, 7.500 lojas judaicas e 1.600 sinagogas foram destruídas.

Há ainda um cartão de racionamento alimentar no valor de 1RM, usado no campo de Buchenwald, réplica de bonecas de crianças da época, passaportes, braçadeira amarela com a estrela de Davi que eram costuradas na roupa e com as quais os nazistas passaram a identificar os judeus, fotografias e cartazes de propaganda nazista. Na fachada, foram usadas pedras trazidas de Jerusalém e vitrais argentinos. O museu também mostra rotas de chegada ao Paraná dos judeus que sobreviveram, além de um banco de dados com documentos e arquivos de áudio e vídeo sobre as histórias de itens do acervo.