Maestro Bocchino com seus alunos

Acomodou o chapéu na mesa e separou o lenço para enxugar as lágrimas que porventura aflorassem. Foi com essa simplicidade que o ativo maestro Alceo Bocchino apareceu ontem para uma conversa com a imprensa. Curitibano de nascimento e carioca de coração, o maestro veio ao Paraná para receber uma homenagem da cidade da Lapa por ser o autor da sinfonia Em poema para Lapa. Hoje ele encerra sua visita ao Estado com um encontro com professores e alunos da Escola Rosa Mística, às 17h.

Ex-aluno de Heitor Villa-Lobos e ex-professor de grandes nomes da música, como Tom Jobim e Altamiro Carrilho, Bocchino começou a tocar piano com 6 anos, e hoje, com 88, está em plena atividade profissional. Ainda hoje ministra aulas no Instituto Villa-Lobos e Academia Lorenzo Fernandes, ambas no Rio, e diz que vai morrer em pé, ou seja, trabalhando enquanto tiver energia e interesse dos alunos. E parece que isso não vai lhe faltar.

Prova disso foi um desafio que lançou para a Prefeitura da Lapa – onde recebeu no início da semana uma homenagem para a realização de um festival de música. Segundo o maestro isso seria muito importante para a divulgação da cidade que tem uma importância histórica para o Paraná, mas que nunca foi reconhecida. Alceo Bocchino foi agraciado com a medalha ?General Carneiro? e a homenagem se deu pelo fato do maestro ser o autor da sinfonia em homenagem à cidade.

Declarando-se um ?curitiboca?, uma mistura de curitibano com carioca, Bocchino disse que não foi bem interpretado na sua colocação, já que alguns entendem esse termo com pejorativo. Mas ressentimentos à parte é impossível negar a importância de Bocchino para o Paraná. Entre elas, a construção da Orquestra Sinfônica do Estado, da qual é maestro emérito. 

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