Livro traz a história de jovem pianista chinês

O pianista chinês Lang Lang está com 26 anos. Ainda assim, já contabiliza mais de duas décadas de carreira – ou, pelo menos, de contato com o instrumento que, nos últimos anos, o tornou em celebridade. Figura freqüente em programas de televisão, tem contrato milionário com o selo Deutsche Grammophon, é patrocinado pela Sony e, pelo posto de garoto-propaganda da Mont Blanc, ganha a comodidade de ter um piano à sua disposição em qualquer hotel que se hospede mundo afora em suas turnês ou viagens como embaixador da Unicef.

Mais: em 2008, a tradicional Steinway celebrou o lançamento de uma linha de pianos em sua homenagem. Se no mundo de hoje tudo acontece muito rapidamente, não pode haver melhor exemplo que a carreira de Lang Lang e o fato de que, antes dos 30, ele acaba de publicar suas memórias, Uma Jornada de Mil Milhas: Minha História, depoimento a David Ritz, publicado agora no Brasil pela editora Amarylis.

Um dos encantos por trás da figura de Lang Lang é seu jeito de menino inocente; outro é o fascínio pela cultura chinesa, pelo outsider formado em uma tradição muito forte de ensino que, de uma hora para outra, toma de assalto o mundo ocidental, interpretando os clássicos do repertório com virtuosismo fora do comum, sendo logo apadrinhado por grandes como Cristoph Eschenbach e Daniel Barenboim. Mais: ele se tornou símbolo de uma nova China, fiel à sua tradição mas aberta ao mundo, revelando-se potência econômica, política e, por que não, cultural.