Licença para espionar

Cássia Linhares é o tipo de pessoa que gosta de falar a primeira coisa que vem à sua mente. E é também assim que ela toma suas decisões profissionais. No início de abril, recebeu duas propostas profissionais. A primeira era para trabalhar durante um mês num episódio do Linha Direta – Justiça, da Globo. A outra era para atuar em Floribella, da Band. Sem pensar duas vezes, Cássia topou entrar no elenco da novela infantil. "Segui muito a minha intuição na hora de decidir. Vai ser a primeira vez que vou trabalhar para o público mirim na tevê", justifica. Na trama, a atriz vai aparecer na pele da agente secreta Krizeida, que entra nestes dias no ar. A personagem foi no passado o grande amor do Conde Máximo, vivido por Mário Frias, e promete "atazanar" a vida amorosa do rapaz com a doce Flor, de Juliana Silveira. Mas esse futuro embate entre a "lady" de Krikoragán e a protagonista da história deixa Cássia um tanto temerosa. "A Flor é adorada pelas crianças. Fico com um pouco de medo disso. Será que elas vão gostar de mim? Tomara que sim!", torce.

Tanto receio tem fundamento. Cássia pretende paralelamente montar um espetáculo infantil e não quer ter sua imagem "queimada" com a criançada. Por isso, promete desenvolver sua personagem da maneira mais divertida possível. "Se eu não conseguir que elas torçam para Krizeida, ao menos vão rir bastante", imagina. No teatro, a atriz gostaria de criar uma peça em cima do texto de Rogério Blat. Mas o projeto está apenas no papel. Ela vai esperar sua personagem entrar no ar para correr atrás de algum patrocinador. "A vantagem de estar na tevê é que a gente consegue verba mais rápido. E o dinheiro ajuda a gente a montar uma história de conteúdo e com qualidade", explica.

Aliás, desenvolver trabalhos mais consistentes é o principal objetivo de Cássia. Ela enche a boca para dizer que não vai ficar mais em nenhum lugar que esteja sendo mal aproveitada, como aconteceu na sua última participação em novelas. A atriz pediu para sair no meio de Começar de Novo, da Globo, por achar que a sua presença era de ser uma mera coadjuvante. "Pô, eu ficava só de biquíni na praia. Eu preferi sair do que ficar fazendo figuração de luxo", explica. Aos 32 anos de idade e 12 de carreira televisiva, Cássia admite que ainda não fez nenhuma personagem marcante na teledramaturgia. E confessa que tinha vontade de interpretar uma mulher bem submissa. "Sabe aquela que apanha?! É nesse tipo de perfil que eu queria encarnar", entrega.

Mas não vai ser em Floribella que Cássia vai realizar seu sonho. Isto porque de submissa a Krizeida não tem nada. Pelo contrário. A personagem é até uma espécie de "sargento". Só pensa em trabalho e não deixa a emoção aflorar na hora de tomar alguma decisão. Tanto que nem seu amor pelo Conde é verdadeiro – Krizeida só tenta conquistar o rapaz para se tornar rainha do fictício Krikoragán. "A vida dela é horrível. Ainda bem que a novela tem outras pessoas alegres e mais coloridas", brinca. Cássia espera que sua personagem pegue ao menos um pouco da rebarba desse universo "colorido" da novela. Principalmente, no quesito musical. A atriz torce para participar de algum clipe ou para até cantar. Mas não é à toa que Cássia quer mostrar seus dotes vocais. Estudante de Música há cinco anos, ela é classificada como contralto. "Meu timbre é meio parecido com o da Alcione. Não sei se combinaria com a novela, mas eu adoraria cantar", avisa.

(Floribella, Band, 20h10, de segunda a sábado)

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