Juliana Kehl mescla MPB e samba em seu primeiro álbum

Enigmas do meio artístico. Antes, um nome com pretensões de estrela teria de estourar até os 25 anos, a indústria não via com bons olhos os retardatários. Hoje, uma cantora como Juliana Kehl pode lançar seu primeiro disco aos 32 e ainda conseguir enxergar uma longa carreira pela frente.

“Não queria um disco careta nem de música eletrônica. Sinto que minhas composições são uma mescla de tudo o que ouvi na vida: da MPB tradicional, passando pelo erudito, samba e música contemporânea.”

“Poderia ter lançado este disco bem antes, mas não quis atropelar o processo. Meu trabalho é super biográfico e feminino, é preciso viver a vida. Vejo pessoas mais novas lançando trabalhos e se arrependendo, se queimando”, aponta.

Juliana sofreu durante os 20 poucos anos, cantou em bares e continuou dando aulas de História da Arte durante o tortuoso trajeto, antes de lançar seu primeiro álbum.

“Foram momentos difíceis. Aos 27 anos iria lançar um disco, mas não gostei do resultado. A sonoridade de todas as canções era parecida, mas sem grandes nuances. Fui atrás de novos produtores.”

Para satisfazer a exigente aquariana, o novo álbum contou com 32 músicos diferentes. Desta maneira, Juliana deu o verniz necessário para que cada faixa fosse pintada com climas e texturas diferenciadas. O processo durou um ano. Das 12 canções, dez delas foram compostas por ela.

O disco chegou da fábrica no começo de 2009, mas quase um ano foi necessário para que fosse lançado. Convites de gravadoras como o da Som Livre brecaram o processo, mas Juliana decidiu lançá-lo de maneira independente. Até na arte do CD ela deu seu pitaco.

A foto que estampa a capa é, propositalmente, uma forma de levar o imaginário aos anos 60. Elogiada pela imprensa e alçada a revelação da música nacional, seu disco teve a primeira tiragem de mil cópias rapidamente esgotada. A segunda chega às lojas na semana que vem.

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