Joyce Di Donato lança o CD Stella di Napoli

Joyce Di Donato diz ver o mercado da ópera em um momento de transformações. De cara, cita a tecnologia. Ela é bastante ativa em redes sociais, mantém um blog atualizado constantemente, o YankeeDiva, além de postar a todo instante em suas contas de twitter e instagram – lá, por sinal, o internauta pode acompanhar passo a passo sua viagem pela América Latina. E há ainda o YouTube, ela lembra, que faz com que, minutos após uma apresentação, trechos dela sejam compartilhados em todo o mundo.

Onde vamos parar? Ela não sabe. Mas, ao mesmo tempo, tem conseguido manter uma importante carreira discográfica – em 2012, por exemplo, ganhou o Grammy com o álbum Diva Divo. E, agora, lança o CD Stella di Napoli, que a Warner Classics distribui em todo o mundo a partir de setembro.

Na gravação, ela interpreta Bellini, Donizetti e Rossini, mas também autores menos conhecidos, como Carafa, Valentini e Pacini. São todos compositores, ela explica, que conviveram em Nápoles, na primeira metade do século 19. “Quando pensamos no período, lembramos imediatamente dos mais famosos, caso de Rossini ou Donizetti. Mas esquecemos que eles estiveram ligados a um contexto específico, que conviveram com outros músicos e que suas obras mantiveram um diálogo. Quando você se dedica a isso, percebe relações e possibilidades interpretativas novas e fascinantes. De certa forma, é até frustrante porque a pesquisa para Stella di Napoli rendeu material com o qual eu poderia fazer mais de três discos!”

A busca do novo – seja no antigo desconhecido, seja em novas composições – é uma das marcas da sua discografia. Nela, encontramos papéis em óperas de Vivaldi, Haendel, Berlioz e Mozart; canções francesas, norte-americanas, alemãs e espanholas; e participações em projetos de compositores vivos, como estreias mundiais de óperas de Tod Machover e Michael Daugherty e de obras de Jake Heggie, de quem gravou ciclos de canções no ano passado.

“Eu, com certeza, jamais cantaria música pop, pois não acho que tenha a voz para fazer isso. Mas o fato de eu ter começado a ouvir música longe dos clássicos talvez tenha deixado a minha mente um pouco mais aberta. Boa música é boa música, independentemente de rótulos. E isso fez de mim uma artista curiosa. Sempre é possível voltar ao mesmo repertório de modo diferente, claro. Mas correr riscos também precisa fazer parte do dia a dia do cantor.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Voltar ao topo