John Travolta retorna aos cinemas no papel de vilão

“Quando calçou as meias esta manhã você imaginou que o dia acabaria assim?”. O sequestro de um metrô não parece ser algo muito inteligente para bandidos que pretendem fugir da polícia, de dentro do túnel, com US$ 10 milhões em grandes malas após receberam o pagamento. Mas é exatamente este o plano de Ryder, interpretado por John Travolta em O sequestro do metrô 123, que estreia hoje nos cinemas brasileiros.

Um Travolta que não hesita em matar reféns e um bandido que sabe o que quer e não vai desviar do foco, o oposto daquele Travolta que deu vida a um segurança demitido, inseguro e manipulável que, quase sem querer, faz reféns vários visitantes de um museu, no filme O quarto poder (1997), influenciado por um repórter de televisão.

Refilmagem do filme com mesmo nome da década de 1970, então do diretor Joseph Sargent, O sequestro do metrô 123 tem Travolta contracenando com Denzel Washington, parceiro do diretor Tony Scott em produções anteriores, como Chamas da vingança e Déjà vu.

Washington faz o papel de Walter Garber, um controlador de tráfego do metrô da cidade de Nova York que vê sua rotina alterada apenas por ter atendido à chamada do sequestrador, que passa a exigir Garber nas negociações, mesmo após a chegada da equipe policial de apoio.

Não é o melhor filme de ação dos últimos tempos, mas o filme funciona como diversão principalmente pela atuação da dupla de atores principal. As filmagens no metrô se estenderam por quatro semanas, a maior e mais extensa filmagem já feita no metrô de Nova York.

Alterações

Na nova versão, Scott fez algumas mudanças para atualizar a trama. O sequestrador agora é um ex-todo poderoso executivo de Wall Street e o importante papel do negociador passa a ser do controlador de tráfego dos trens, alguém sem experiência no assunto, e não mais um policial, como na versão original. A soma de dinheiro exigido como resgate em troca da vida dos reféns passou de US$ 1 milhão para US$ 10 milhões.

A mudança no papel do negociador foi uma das principais alterações pensadas por Scott. O diretor preferiu investir em desenvolver o jogo de relacionamento entre o funcionário do metrô e o sequestrador, que não era o foco da primeira versão. A própria função de negociador de sequestros não existia dentro do Departamento de Polícia de Nova York quando o primeiro longa foi filmado.