João Carlos rege o Concerto de Outono

Idealizado por Vera Lupion, o Concerto de Outono faz parte da série Concerto das Estações e acontece no Castelo do Batel, hoje, às 20h. A organização do evento é de Rossana Lazzarotto de Oliveira. Já considerado um dos principais eventos de música clássica e parte do calendário musical paranaense, o projeto foi inspirado nos grandes concertos do século IX, aliando requinte, sofisticação e boa música.

Para o espetáculo, João Carlos Martins preparou um repertório que inclui: Concerto em Ré Menor, de J.S. Bach, com o solista Álvaro Siviero; Jesus Alegria dos homens, de J.S. Bach; Desperte, A voz está chamando, We thank God, We thank You, Bach Coral, transcrição Almeida Prado; Valsa n.º 7, de F. Chopin; Dança Hungara nº 1; de J. Brahms; Dança do Sabre, de A. Kachaturian; Mourão, de Guerra Peixe.

Foto: Divulgação

Álvaro Siviero tocou para o papa.

Após o concerto, a escritora Marina Amaral lança o livro Olhos de fumaça – História em três tempos. Os convites custam R$ 50,00 e estão sendo vendidos na sede da Fundação Pró-Renal Brasil e nas lojas Beatriz Séra e Óticas Visorama. Mais informações pelo telefone (41) 3312-5444.

Oito anos

João Carlos começou, seus estudos aos oito anos com o professor José Kliass e após nove meses mostrava um virtuose, vencendo o concurso da Sociedade Bach de São Paulo. Seus primeiros concertos, com suas performances, únicas pela intensidade com que eram interpretadas, trouxeram a atenção de toda a crítica musical brasileira. Aos 18 anos foi escolhido no Festival Casals, dentre inúmeros candidatos das três Américas, para dar um recital em Washington. A apresentação bem-sucedida teve como conseqüência sua estréia, aos 20 anos, no Carnegie Hall, de Nova York, patrocinada pela ex-primeira-dama dos Estados Unidos, Eleonor Roosevelt. Tocou com as maiores orquestras norte-americanas e gravou a obra completa de Bach para teclado. A partir de então, passou a tocar com as maiores orquestras americanas. E sua gravação de O cravo bem temperado, de Bach, aos 23 anos, foi best-seller durante muito tempo nos Estados Unidos.

A história do pianista João Carlos Martins certamente o eleva a um patamar raramente alcançado por outros músicos brasileiros no século XX. Em setembro de 1982, o exigente jornal New York Times se referia a ele como um dos maiores pianistas da atualidade. Já a revista New York Magazine, juntamente com o Boston Globe, ressaltavam o talento de João Carlos Martins, colocando-o como o mais brilhante intérprete de Bach a surgir depois do legendário Glenn Gould.

Em 1983, João Carlos inaugurou o Glenn Gould Memorial, em Toronto, Canadá. Sua carreira teve como um dos pontos altos o fato de ter gravado a obra completa de Bach para teclado.

A paixão de João Carlos Martins pela música originou o documentário franco-alemão Martins Passion, vencedor de quatro festivais internacionais. Interrompeu duas vezes a carreira por problemas físicos que prejudicaram a mobilidade de suas mãos, mas sua paixão pela música o fez iniciar a carreira de regente.

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