Por mais que o tempo passe, a história nunca vai se apagar e eles continuarão a ser um dos principais nomes do rock nacional. Mesmo com problemas judiciais sobre direitos autorais, Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos resolveram deixar a situação negativa de lado e atender a um desejo antigo não só deles, mas dos próprios fãs, e continuar tornando viva a Legião Urbana. A banda, que atualmente tem o ator André Frateschi como vocalista, passou por Curitiba na última sexta-feira (23), na Live Curitiba, e conversou com a Tribuna do Paraná. Para quem não lembra, André foi vencedor da primeira temporada do reality show musical Popstar, em 2017.
Segundo os músicos, o atual momento tem sido muito valioso e importante também para a memória da Legião Urbana. “Se pararmos para comparar com o passado, tocar hoje em dia é totalmente diferente, claro. Mas é difícil fazer comparações, a não ser que sejamos muito específicos, mas podemos dizer que estamos mais pesados hoje em dia, porque a banda está maior”, brincou o baterista Marcelo Bonfá.
Com mais de 15 milhões de cópias vendidas entre os álbuns lançados e uma trajetória de deixar qualquer músico atual com inveja, a banda passou por um bom tempo sem sentir o calor do público e a sensação única de estar no palco, principalmente depois que Renato Russo morreu. Hoje em dia, os dois integrantes resolveram manter viva essa história e têm se surpreendido com os shows sempre cheios e o retorno do público. “Esse projeto, de tocar ao vivo as canções que todos amam e fazer o que a gente gosta de fazer tem sido muito bom. Além disso, estamos percebendo que o público também tem curtido muito”, avaliou Dado.
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Novos projetos à vista?
A turnê atual, em que o grupo resgata canções dos álbuns Dois (1986) e Que País é Este (1987). Sobre novos projetos, Dado Villa-Lobos afirmou que muitos problemas impedem. “Projetos novos seria o caso de pegar nos arquivos da gravadora o que existe lá, afinal temos canções que estão lá e que não lançamos, continuam no baú. Tentamos lançar esse ano, mas a companhia de discos é muito devagar, muito fraca e se submeteu aos caprichos do herdeiro que vetou qualquer possibilidade”, explicou.
Segundo o guitarrista, que esteve na Legião Urbana até o fim, anunciado em 1996 depois da morte de Renato Russo, por conta dos problemas relacionados aos direitos autorais das músicas, a intenção de se pensar em projetos novos não existe mais. “Podemos dizer que projetos novos não temos, não mais sairão, a não ser projetos de ‘vamos tirar tudo do ar’”, finalizou.
Desde 2015, quando a dupla resolveu se unir em tributo homenageando a banda, quem comanda os vocais é o ator André Frateschi. Nessa formação atual, a Legião Urbana já fez mais de 100 apresentações, para um público estimado em 500 mil pessoas. À Tribuna, o ator e cantor disse se sentir realizado. “São músicas que fazem parte do nosso caráter, então é muito especial, principalmente nesse momento em que vivemos do país, em que essas canções continuam muito atuais. Esse é um dos momentos mais marcantes da minha vida, sem dúvida”, comentou.
Esse projeto atual, de reviver dois discos bem representativos da banda de rock, pode ser até mesmo o último em que Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos encarem. Apesar disso, não estão descartadas as possibilidades de rever, em outro momento, algum outro disco da Legião. Mas, pelo menos por enquanto, é só.
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