Indústria fonográfica americana passa por revolução

A indústria fonográfica dos EUA está passando por uma verdadeira reviravolta, com a adesão da Universal Music, uma das cinco maiores gravadoras do mundo, ao mercado on-line. A iniciativa é o mais novo sinal de que muitas companhias estão mudando de opinião a respeito da venda de músicas pela internet, que lhes causou prejuízos milionários.

Após combater ferozmente a pirataria pela internet, executivos da indústria musical mostraram-se céticos quanto aos resultados do serviço de vendas on-line “iTunes Music Store” da Apple, lançado no final de abril. Mas agora tanto a Sony como a BMG acreditam que a distribuição de música pela Web é um meio indispensável para recuperar os prejuízos dos últimos anos, causados em parte por programas de compartilhamento como o Kazaa e Morpheus.

A Universal tem em seu catálogo artistas de destaque como Eminem, o grupo irlandês U2, Bon Jovi e o No Doubt, entre outros, e decidiu recorrer às vendas on-line devido aos seus graves problemas financeiros, ainda que não esteja em piores condições que os concorrentes. Segundo fontes da indústria, a matriz da Universal, o grupo Vivendi, estaria estudando a venda da gravadora por US$ 5 bilhões, possivelmente à EMI ou talvez à Warner.

A venda de música pela internet ainda é uma atividade restrita ao público com acesso a computadores, mas já está influenciando os “rankings” musicais, um importante elemento nas estratégias de publicidade. A Billboard, que publica dezenas de listas por semana, como a das 200 músicas mais vendidas, começou a divulgar também as colocações on-line. Os resultados são obviamente diferentes do “hit-parade” tradicional, pois os internautas podem adquirir apenas uma canção, em lugar do CD completo.

Antes de aderir por completo às vendas pela Web, a indústria fonográfica precisará porém resolver problemas ligados aos direitos autorais, já que alguns astros não querem que suas canções sejam vendidas “por unidade”. Entre os que mais se opõem às vendas on-line estão os rappers e DJs, pois isso poderia legalizar a “reutilização” de suas gravações por outros.

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