Imagens do Império

As linhas futuristas do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, contrastam com os traços clássicos do catarinense Victor Meirelles, tema da exposição Victor Meirelles – Um Artista do Império, que será aberta hoje às 19h no espaço. São mais de 90 obras, entre telas e documentos, que retratam fatos marcantes da história do Brasil Império.

Um dos mais importantes artistas do século XIX, Meirelles é conhecido pela Primeira Missa no Brasil, tela reproduzida em cadernos escolares, selos, papel moeda, revistas e livros e gravada no imaginário de quase todos os brasileiros.

Infelizmente, a Primeira Missa não vem: “Está em processo de restauração”, explica a curadora Monica Xexéo, garantindo porém que os estudos que antecederam a obra, feitos entre 1859 e 1860, estarão no acervo. ” E eles são tão importantes quanto a versão final, porque demonstram todo o talento e virtuosidade do artista”, observa.

Ela conta que é a primeira vez o Paraná recebe uma coleção expressiva do artista, viabilizada com a parceria entre os museus Nacional de Belas Artes, do Rio de Janeiro, Victor Meirelles, de Florianópolis, e Imperial, de Petropólis. “O objetivo é apresentar ao público obras que durante muito tempo ficaram restritas a estudos de competentes historiadores e pesquisadores”, revela a diretora técnica do Museu Victor Meirelles, Lourdes Rossetto.

Oportunidade única

Para a curadora Monica Xexéo, é uma oportunidade única de apreciar obras que há 100 anos não são vistas pelo público em geral, como as telas Tarquínio e Lucrécia (1855/1856) e Apresentação do Anel (1855), desenhos que foram expostos pela última vez na exposição que lembrou o falecimento do artista em 1903. “Ele foi um dos artistas que mais documentaram fatos políticos e históricos do Brasil, principalmente os relacionados com a família imperial”, completa.

Didática

A mostra é didaticamente dividida em três fases: a primeira de 1846 a 1852, que começa com o artista na adolescência e vai até a conquista do prêmio de viagem, com a tela São João Batista no Cárcere (1852), que o levou a estudar na Europa; a segunda, de 1853 a 1861, mostra sua fase européia, o contato com obras de grandes mestres e o convívio em centros europeus que determinavam a formação dos jovens talentos.

Esta fase termina com a consagração internacional em que ele apresenta a Primeira Missa no Brasil, no Louvre, em 1861. E a terceira marca a volta ao Brasil como artista consagrado, entre 1861 e 1903, consolidando-se como um dos grandes nomes da arte brasileira do século XIX, responsável pela formação de inúmeras gerações de artistas brasileiros. A coleção será inaugurada em Curitiba, onde permanece até o dia 14 de março, o seu roteiro didático pelo País.

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