Húngaro Moholy-Nagy ganha mostra na PhotoEspaña

O húngaro László Moholy-Nagy (1895-1946) foi um homem da modernidade, voltado à criação interdisciplinar. Pintor, escultor, designer, professor – em 1923, adere à Bauhaus alemã; depois, a partir de 1937, com a 2.ª Guerra, se liga ao Instituto de Design de Chicago, nos EUA, do qual foi um fundador – dizia que “a arte é a mais complexa, vitalizadora e socializadora das ações humanas, portanto, de necessidade biológica”. Como parte de sua missão criativo-educativa e de busca do novo, no contexto das vanguardas modernas, Moholy-Nagy incorporou os experimentos com a fotografia, “a arte da luz”, como definiu em teoria de 1925.

Ele se transformou, assim, num pioneiro do tratamento do gênero fotográfico como meio para “aguçar os sentidos e a percepção humana”, diz a historiadora e crítica espanhola Oliva María Rubio. É ela a curadora da mostra antológica de László Moholy-Nagy em cartaz até 29 de agosto no Círculo de Belas Artes de Madri como parte da programação do PhotoEspaña 2010, festival dedicado à fotografia. Grande destaque desta 13.ª edição do evento espanhol, a exposição, de caráter histórico e monográfico, não se encerra nas experiências fotográficas do artista apresentando, ainda, oito filmes, pinturas, fotomontagens e projetos de design criados pelo vanguardista desde 1922 (ano do embrião dos pensamentos de seu emblemático ensaio Pintura Fotografia Cinema, sobre a “estética da luz”) até sua morte. A mostra reúne mais de 200 obras que pertencem a vários acervos (o que a torna ainda mais rara). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.