História de um capoeirista

Feijoada no Paraíso (Record, 160 páginas), do cartunista e publicitário Marco Carvalho, conta a história do lendário capoeirista Besouro, ícone da cultura popular baiana entre os séculos XIX e XX. A capoeira Å jogo atlético constituído por um sistema de ataque e defesa, de caráter individual Å é uma das poucas manifestações folclóricas genuinamente brasileiras. Surgida entre os escravos bantos procedentes de Angola, no Brasil Colônia, sua prática foi intensamente perseguida até as primeiras décadas do século XX, mas sobreviveu à repressão e atualmente está regulamentada.

Marco Carvalho analisa esse misto de dança e de luta, ao acompanhar a trajetória de um de seus mais importantes adeptos. Besouro funciona como uma ponte entre a história da capoeira e a história dos negros brasileiros, desde a abolição até os dias atuais. Uma crítica social que abrange os primeiros capoeiristas, vistos como vadios e gatunos, até os atuais, tidos como heróis da cultura nacional.

O livro discute a filosofia da capoeira e seu papel na construção de uma identidade brasileira. Analisando a bibliografia e o conhecimento popular, examina o processo que ao longo de duzentos anos transformou um jogo guerreiro de escravos em manifestação cultural que se espalha por todo o mundo. E mostra as origens escravas, a mescla de luta e dança, a marginalidade e a marginalização.

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