Guido Viaro é a atração no Museu Oscar Niemeyer

A exposição ?Guido Viaro ?Um visionário da arte? apresenta a maior retrospectiva da produção do italiano Guido Viaro (1897-1971), que se radicou em Curitiba a partir de 1929. Composta de aproximadamente 200 obras, incluindo pinturas, desenhos, gravuras e esculturas, a mostra integra um grande projeto de resgate da produção do artista. O Museu Oscar Niemeyer realiza, nesta terça-feira (28), às 19h, a abertura da mostra para jornalistas e convidados. O público poderá fazer a visitação entre 29 de novembro e 04 de março.

?O Medo?, ?O Homem sem Rumo? e ?A Polaca? são algumas das obras-primas presentes na exibição. A maior parte das obras pertencem à família do artista e apenas 30 delas à colecionadores particulares e instituições de arte. Complementando o projeto cenográfico, na sala expositiva, o público poderá assistir a um vídeo inédito sobre Viaro, elaborado pelo neto do artista, Túlio Viaro, e também poderá ver a projeção de mil e cem obras catalogadas e fotografadas por Juliano Sandrini. 

Todo o projeto de resgate da obra de Guido Viaro está sendo desenvolvido sob a curadoria do filho do artista, Constantino Viaro, em parceria com Estela Sandrini e Maria José Justino. Além da apresentação da retrospectiva de Viaro, no Museu Oscar Niemeyer, o grupo prevê ainda a edição de um livro e de um DVD sobre a vida e a obra do artista, e também de um CD, com o levantamento de aproximadamente mil obras fotografadas e catalogadas. 

O Artista

Críticos de arte e estudiosos da obra de Guido Viaro afirmam que o artista ?abordou com muita sensibilidade e competência diversas problemáticas e gêneros na arte?, entre eles, o social, o religioso, a paisagem e o retrato por meio da pintura, desenho, gravura e escultura. A curadora Maria José Justino diz que ?em todas essas experiências, salta o humanista, com uma linguagem moderna, expressionista?.

Nascido na Itália (Badia Polesine, província de Rovigo), Viaro escolheu o Brasil para viver. Desembarcou no Rio de Janeiro (1927) e seguiu para São Paulo, onde estabeleceu uma breve convivência com artistas que mais tarde comporiam o ?Grupo Santa Helena? (Volpi, Clóvis Graciano, entre outros). Nesse período, Viaro sobreviveu como ilustrador em jornais e realizou serviços gráficos e afrescos em cafés, residências e fazendas.

Mais tarde (1929), fixou-se no Paraná, onde constituiu família, fez amigos e amadureceu como artista. Aqui, ?no meio da forte influência dos discípulos de Alfredo Andersen e da tendência paranista, inaugurou uma nova linguagem, uma pintura de cunho expressionista, que soube diferenciar assunto de arte e uniu verdade à beleza?, disse Maria José. Segundo ela, Viaro foi precursor, entre nós, da linguagem estética atualizada. Responsável, ao lado de Poty Lazzarotto, pela ilustração da ?Revista Joaquim?.

Além de grande mestre da arte paranaense, Viaro foi o único a estender essa experiência ao trabalho infantil, criando a primeira ?escolinha de arte? (1937), com a vontade e o compromisso de alargar a dimensão estética aos menos favorecidos. ?Essa preocupação ética e social permanece presente em toda a sua obra. É o primeiro a lidar com arte e educação, não apenas no Paraná, mas no Brasil, no entendimento profundo da arte como forma de elevar o homem.?

Maria José disse que ?como ninguém, Viaro teve a fina sensibilidade de perceber que fazer arte é educar-se na liberdade instigando a curiosidade de seus alunos ?crianças, adolescentes e adultos ?, procurando abrir caminhos sem impor o seu próprio?. Leonor Botteri, Ida Hannemann Campos, Luiz Carlos de Andrade Lima, Jair Mendes, Fernando Velloso, Fernando Calderari, Domicio Pedroso, João Osório Brzenzinski, Estela Sandrini, Zimmermann foram alguns de seus discípulos.

?A arte foi a sua humanização, no diálogo autêntico com a vida. Além de ensinar, sua obra se abre generosamente para uma experiência singular da beleza, fazendo-nos experimentar algo de vital, emoção e prazer pela arte, ao mesmo tempo em que nos ensina o respeito e amor pelo homem, pela mulher, pela arte e pela vida.?

Serviço:

Abertura Convidados: 28/11
Abertura Público: 29/11
Período de Exibição: até 04/03
Patrocinadores: Agência de Fomento do Paraná S/A
Apoio: Tim, Governo do Paraná e Ministério da Cultura
Onde: Museu Oscar Niemeyer
Endereço: Rua Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico ? CEP: 80530-230
Telefone: (41) 3350-4400
Horário: de terça a domingo, das 10h às 18h
Preços: R$ 4,00 adultos e R$ 2,00 estudantes identificados

(Crianças de até 12 anos, maiores de 60 e grupos de estudantes de escolas públicas, do ensino médio e fundamental, agendados não pagam)

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