Garfield – é apenas um filme de bichos

A preguiça de Garfield contagia. Que o digam Joel Cohen e Alec Sokolow, roteiristas de Garfield – O filme, que estréia nesta sexta-feira nos cinemas brasileiros. Não é difícil imaginá-los refestelados num sofá, controle remoto à mão, prato de lasanha apoiado na barriga, enquanto pensam a historinha infantilóide que desperdiça o potencial do popularíssimo personagem. Na tela, a inteligência mordaz e cínica do gato vira apenas ornamento. Faltou ousadia e sobrou preguiça para tornar o longa-metragem tão interessante quanto as tirinhas de Jim Davis, criador de Garfield.

Dirigido por Peter Hewitt, Garfield – o filme escolhe a forma mais fácil de resolver o problema de filmar a vida de um gato gordo que vive deitado – fazendo-o levantar. Nas tirinhas, o motor da graça são as observações ácidas de Garfield sobre a vida de seu dono, o fracassado Jon, e as crueldades com o estúpido cão Odie.

A história começa com Jon (Breckin Meyer) e Garfield vivendo naquela harmonia conhecida dos quadrinhos, ou seja, com o gato exercendo seu reinado no lar. Até que entra em cena Odie, o cãozinho simpático que conquista as atenções de Jon. Enciumado e querendo garantir seu espaço, Garfield trapaceia e põe pra fora de casa o concorrente. Mas Odie se perde e é seqüestrado pelo malvado Dr. Feliz, um apresentador de TV que finge adorar animais mas na verdade odeia-os, além de ser alérgico a pêlos. Arrependido, o gato se lança numa aventura para salvar o, agora, amigo.

Mas as boas tiradas não são suficientes para salvar o filme. Mesmo porque, ao lado delas, entram outras inimagináveis na boca de Garfield, como a heróica “Não está na hora de um prato de lasanha, e sim de um prato de coragem”.

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