Fuja de Reencarnação

Chato, chato e chato. Desculpem-me, mas não vem outro predicado a não ser esse para descrever a tortura que foi assistir a Reencarnação. Quando li a sinopse do filme, pensei que se tratasse de um suspense interessante, ainda mais por contar como protagonista, a excelente atriz Nicole Kidman, mas, entre o que o li e o que eu vi, há um enorme abismo de diferença.

A história até que anima o espectador. Um homem de nome Sean morre e deixa viúva Ana (Nicole Kidman). Dez anos após a morte do marido, um menino, que também se chama Sean, afirma ser o falecido esposo de Ana reencarnado. O problema é que Ana está de casamento marcado e a aparição do menino faz com que ela fique confusa.

Pena que não souberam levar o filme adiante. Desde o começo até o final, Reencarnação aborrece o espectador com o enredo sem pé nem cabeça, com atuações pra lá de burocráticas e com um final que sofre da ?síndrome de Carlinhos Brown?, ou seja, não diz nada com coisa alguma.

Os únicos momentos em que Reencarnação conseguiu arrancar alguma reação do público apático (isso dos ?heróis? que agüentaram ficar até o final, uma vez que muita gente saiu no meio da exibição) foi quando, em várias cenas, o microfone boom (aquele que fica suspenso no ar) aparecia, revelando que, além de tudo, o filme foi mal editado.

Resta saber o porquê de Nicole Kidman ter aceitado participar dessa empreitada. Um filme como esse é uma grande mancha na carreira de qualquer artista. Não por acaso Reencarnação foi um desastre de público e crítica (principalmente pela cena em que Kidman divide a banheira com o menino). Não duvidem se, por um acaso,  Reencarnação figurar na lista da ?Framboesa de Ouro? (o Oscar ?às avessas?) como pior filme.

Bom, poderia escrever dez páginas falando do porquê de Reencarnação ser tão ruim, mas acho que já falei o suficiente para que você, caro leitor, não se dê ao trabalho de sair de casa e encarar pouco mais de uma hora e meia de um filme ruim.

Flávio Laginski é jornalista do Paraná-Online

Voltar ao topo