Fora do Ar traz quarteto de caçadores de polêmica

Reunir nomes conhecidos em torno da discussão de temas do cotidiano já não é novidade na tevê brasileira. E isso mesmo bem antes que o consagrado Manhattan Connection firmasse a fórmula na tela do GNT, contando com profissionais do calibre de Paulo Francis, Arnaldo Jabor, Lucas Mendes e Nelson Motta. O que há de novo no caso de Fora do Ar, que o SBT estreou em abril, é o tom essencialmente popularesco da discussão trazido à tona pelo quarteto de apresentadores, formado por Hebe Camargo, Adriane Galisteu, Jorge Kajuru e Cacá Rosset.

Em seu programa semanal, Hebe já deu inúmeras amostras de que gosta de falar de tudo. E sempre tem opiniões de sobra – polêmicas, na maioria das vezes. Adriane Galisteu, embora faça um estilo mais "comportado" no comando dos programas que apresenta, também não perde oportunidades de externar pontos de vista que, no mínimo, podem esquentar um debate. E o que dizer de Jorge Kajuru, que, além de colecionar processos judiciais por comentários feitos ao vivo em seus programas, "ostenta" uma curiosa "demissão no ar" em sua passagem pela Band? De todos eles, o menos conhecido do público televisivo talvez seja Cacá Rosset, que tem longa história como diretor teatral e ultimamente se dedicava aos bate-bocas esportivos no Debate Bola, da Record.

 A reunião dos quatro num ambiente informal e descontraído, que os deixa tão à vontade como se estivessem no sofá da própria sala, não poderia ser mais propícia à proliferação de declarações bombásticas. E o programa não é nada mais que um desfile delas, do começo ao fim.

 Pelo menos no que diz respeito ao quesito polêmica, o time é campeão. E nisso os apresentadores parecem bem afinados. A cada hora, um deles assume uma opinião para lá de questionável e os outros fazem o papel de "guardiões da lucidez". A exemplo do que acontece no Manhattan Connection, o Fora do Ar usa pequenas matérias para ilustrar ou dar início aos debates. O problema é que, no programa do SBT, elas são absolutamente superficiais. Além disso, as imagens ficam sendo repetidas à exaustão, como meros panos de fundo, enquanto Hebe, Galisteu, Kajuru e Cacá discutem. Ou seja, as matérias pouco ou nada acrescentam ao programa. Por outro lado, não faria nada mal também um pouco de organização ao debate. Até agora, os temas têm entrado de forma aleatória, sem uma conexão justificável e de modo que tudo parece um grande improviso. Sem contar que, inúmeras vezes, os quatro apresentadores falam juntos e o público não consegue entender absolutamente nada do que é dito. Vai ver a intenção é esta mesmo… 

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