Festival de Berlim terá muitas estréias

Uma chuva de estrelas e estréias mundiais marcará a 54a edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim. O festival começa dia 5 de fevereiro com “Cold mountain”, de Anthony Minghella, um retrato da guerra civil americana estrelado por Nicole Kidman (foto) e Jude Law.

Hóspede de honra do evento será o diretor argentino Fernando Solanas, que receberá um merecido Urso de Ouro pela carreira, como um “resistente do cinema”. Os únicos filmes latino-americanos que serão apresentados em concurso (depois de dois anos de completa ausência do programa oficial) serão o argentino “El abrazo partido”, de Daniel Burman, e o colombiano “María, llena de gracia”, de Joshua Marston.

Dos 26 filmes da seção principal, que representam 18 países, 23 lutarão pelos prêmios que serão entregues por um júri presidido pela atriz americana Frances McDormand. As estréias mundiais serão 19, enquanto dois filmes serão as primeiras obras de seus autores.

Como sempre, a produção americana é a mais badalada do festival, com filmes que certamente figurarão na corrida pelos Oscar, como “Cold mountain”, de Minghella; “The missing”, de Ron Howard, com Tommy Lee Joes e Cate Blanchett, que retrata uma impossível relação entre pai e filha; “Something?s gotta give”, de Nancy Meyers, com Jack Nicholson, Diane Keaton, Keanu Reeves e Frances McDormand.

Além desses, haverá ainda a comédia romântica sobre a eterna batalha entre os sexos “Monster”, de Patty Jenkins, com Charlize Theron no papel de uma prostituta que assassina seus clientes, e o policial de ficção científica “The final cut”, de Omar Naim, com Robin Williams. Jenkins e Naim são os dois diretores estreantes do festival.

(SEGUE)

Outra presença americana aguardada é “Before sunset”, com o qual o diretor Richard Linklater tentará repetir o sucesso de seu “Before sunrise”, que ganhou um Urso de Prata há dez anos, com Ethan Hawke e Julie Delpy, que retomam seus tresloucados personagens, mas desta vez em Paris, e não na Viena original.

O francês Eric Rohmer apresenta seu primeiro filme de espionagem

A Europa estará, no entanto, muito bem representada também. Entre os destaques, dois filmes ingleses, “A fond kiss”, de Ken Loach, uma história de amor entre uma católica escocesa e um imigrante paquistanês, e “Country of my skull”, de John Boorman, sobre a volta da democracia na África do Sul. Além disso, Berlim terá o primeiro episódio da “Trilogia” do grego Theo Angelopoulos, no qual revê a história grega do século XX, e a estréia no gênero espionagem do octogenário diretor francês Eric Rohmer, com “Triple agent”.

Além desses, haverá o representante da Espanha “La vida que te espera”, de Manuel Gutiérrez Aragón (diretor que já contabiliza sete presenças no Festival de Berlim). Da Itália, “Primo amore”, de Matteo Garrone; da Croácia, “Testemunhos”, do diretor Vinko Brelan, candidato ao Oscar por seu país e objeto de polêmicas por seu tratamento da recente guerra civil na ex-Iugoslávia; da Bélgica, “25 degrés en hiver”, de Stéphane Vuillet; da Noruega, “Beautiful country”, de Hans Petter Moland; da Dinamarca, “Em tuas mãos”, de Annette K. Olesen; e da Suécia, “Alba”, de Björn Runge.

Os donos da casa se reservam modestamente dois lugares no concurso com “Nightsongs”, de Romuald Karmakar, e “Contra a parede”, do turco Faith Akin. A França também terá dois candidatos ao Urso de Ouro, com “Confidences trop intimes”, de Patrice Lecomte, e “Feux rouges”, de Cédric Kahn.

No pouco espaço restante surgem as cinematografias asiáticas, sempre acolhidas no Festival de Berlim (em especial no paralelo Foro do Cinema Jovem), com a Coréia do Sul (“A samaritana”, de Kim Ki-Duk) e Taiwan/Hong Kong (“20:30:40”, de Sylvia Chang).

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