Exposição em SP destaca as cores e formas da África

Inspirada nas formas e cores de vários países da África, como Togo, Costa do Marfim e Burkina Faso, a artista plástica paulistana Surama Caggiano criou instalações em tamanho natural que representam a mulher africana. As peças foram feitas com materiais recicláveis, como CDs e recortes de jornais e revistas que Surama recolhe em fábricas e depósitos. Suas obras podem ser vistas gratuitamente na mostra “Mulheres Africanas”, no TU – Mercado de Arte e Moda, de amanhã até o dia 4 de junho. Esta é a primeira vez que a artista expõe seu trabalho.

“Primeiro, faço uma base de MDF (material feito com restos de madeira, muito usado em cenografia), que pego em lugares especializados em cenografia. Depois, quebro pedacinhos de CDs, que algumas empresas me doam”, explica ela, que usa os pedaços de CDs para substituir as pastilhas de cerâmica dos mosaicos tradicionais. Para finalizar, Surama utiliza recortes de jornais e revistas que substituem a tinta. “Junto centenas de pedaços da mesma cor e lixo bem todos os recortes até eles ficarem transparentes. Daí, colo tudo por cima dos CDs”, detalha a artista, sobre a técnica que criou.

Ao todo, a exposição reúne ao 15 mulheres apresentadas em cores vibrantes, como amarelo e vermelho. As peças foram feitas ao longo de um ano de trabalho. Nove delas têm 1,80 metro de altura, e seis foram feitas em tamanhos entre 90cm e 1m. Para ser finalizada, cada peça exigiu cerca de um mês de dedicação. “As mulheres africanas são altas. Se eu fizesse as peças de uma estatura baixa, não conseguiria dar o efeito de mosaico que eu quis. Usar CD também contribuiu para o efeito. As pastilhas de cerâmica tradicionais são muito pesadas”, conta.

Cada figura representa uma atividade ou postura específica. Uma delas mostra uma mulher segurando um vaso de cerâmica. Em outra, vemos uma mãe com o bebê no colo. Além de homenagear as mulheres africanas, Surama usa suas obras para chamar atenção para a necessidade da reciclagem. “Comecei a fazer essas peças como uma homenagem à minha avó e à minha mãe, que eram negras”, diz. “Mas também quero que as pessoas se interessem pelo tema, se interessem pela africanidade do Brasil e comecem a refletir sobre a questão da sustentabilidade. Existem coisas acontecendo e temos de afinar nossa consciência”. As obras maiores custam entre R$ 5 mil e R$ 6 mil. As menores ainda não têm o preço definido. As informações são do Jornal da Tarde.

Mulheres Africanas – TU – Mercado de Arte e Moda

(Rua Pedroso de Morais, 793). Tel. (011) 2528-3261. Diariamente, das 10h às 20h. De 29 de maio a 4 de junho. Grátis.