Estreia no Novelas Curitibanas peça sobre Charles Manson

Manson Superstar é o nome da peça sobre Charles Manson, que será apresentada no palco do Teatro Novelas Curitibanas, de 19 de novembro até o dia 20 de dezembro.

A história do líder que, em 1969, levou um grupo de jovens a matar a atriz Sharon Tate – grávida de oito meses e meio do diretor Roman Polanski – é resgatada pela Vigor Mortis, criadora dos espetáculos Morgue Story, Graphic e Hitchcock Blonde.

A peça, realizada com recursos do Fundo Municipal da Cultura, por meio do Edital de Programação do Teatro Novelas Curitibanas da Fundação Cultural de Curitiba, é um misto de documentário e musical.

Isso não significa que a Vigor Mortis está mudando completamente de gênero. A música entra nesta peça de formas curiosas. Entra fazendo parte da cena e não vem de uma dimensão imaginária.

“Manson queria ser um músico de sucesso e a música sempre esteve presente em sua vida. Não só não quisemos ignorar este aspecto, mas também desejamos potencializar algo que poderia dar uma nova imagem a esta história”, comenta o diretor Paulo Biscaia.

Biscaia lembra que Manson teve como justificativa das mortes uma música dos Beatles (os mesmos que disseram ser mais populares que Cristos). A canção Helter Skelter foi interpretada pelo líder como profecia de uma guerra racial, que faria com que todas as guerras terminassem.

A sua “família”, um grupo de jovens hippies que haviam fugido de casa para se juntar à comunidade de Manson, acreditou piamente na tal profecia. “É por isso que a peça tem essa estrutura não de musical, mas quase como de um show de rock. Não importa a qualidade ou a verdade do que o rockstar faz, seus fãs o idolatram cegamente”, explica Biscaia. Manson Superstar é uma peça que fala exatamente sobre isso: a necessidade de ídolos. A história que chocou o mundo “persegue” o diretor Paulo Biscaia não é de hoje.

“Tate estava grávida de oito meses e meio no dia em que foi morta, 9 de agosto de 1969. Eu nasci vinte dias depois. Sempre fiquei fascinado com a história. Em como esses garotos se deixaram levar por um líder como Manson. Eles mataram pessoas sem absolutamente nenhum motivo e com requintes de crueldade. Só Sharon Tate recebeu 16 facadas, mas seus amigos receberam mais de 50. De onde vem essa idolatria? Que necessidade é essa de idolatrar alguém e fazer tudo o que fossem comandados a fazer?”, questiona Biscaia.

Além da música, a peça traz outro elemento incomum: os personagens falam em inglês com legendas em português. “Há poucas falas”, diz o diretor, “a maior parte do que é ‘dito’, é ‘cantado’, mas o que não é cantado deveria ter a sonoridade do ambiente. Por isso optamos por manter a língua original do material. As palavras não são tão importantes quanto a atmosfera neste caso. Existem citações célebres de Manson, é fato, mas isso pode ficar para o público pesquisar depois do espetáculo. Seria um pleonasmo a gente trabalhar estes elementos aqui.”

Serviço:

Manson Superstar – direção de Paulo Biscaia
Local: Teatro Novelas Curitibanas – Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1222
Data e horário: De 19 de novembro a 20 de dezembro – de quinta-feira a sábado, às 21h, e domingos, às 19h.
Ingressos: uma lata de leite em pó.
Informações: www.vigormortis.com.br