Espetáculos paranaenses lotam os auditórios do Teatro Guaíra

Os espetáculos produzidos por companhias paranaenses têm atraído uma numerosa platéia, dentro do projeto Teatro para o Povo, do Centro Cultural Teatro Guaíra, que oferece apresentações com ingresso gratuito nos seus auditórios. Neste domingo (27), os quatro espetáculos levados ao público chegaram a esgotar ingressos no Guairinha e deixar muito poucos lugares vagos nos demais.

Se por um lado o ingresso gratuito é bom para o espectador, que pode levar a família toda ao teatro, para os grupos que se apresentam é a oportunidade de mostrar seus trabalhos diante de um público que teria poucas oportunidades de vê-los em temporada regular. Como muitas das companhias continuam em cartaz com seus espetáculos, o Teatro para o Povo acaba por melhorar a divulgação, atraindo, com isso, uma platéia maior para os teatros nas apresentações regulares.

No Guairão, apresentou-se o grupo Antropofocus, com “Pequenas Caquinhas”, espetáculo de humor que é resultado de um trabalho de pesquisa. A montagem traz uma comédia inteligente. O nome é devido ao tamanho curto – às vezes curtíssimos – dos quadros apresentados, e as “caquinhas” são referentes ao fato do grupo partir dos mais ínfimos detalhes e criar gargalhadas. O humor vai surgindo do próprio ator, do texto, dos elementos técnicos, de um adereço inesperado, sempre abusando da imaginação da platéia.

No Guairinha, a Cia Almazém Teatro de Bonecos, depois de participar do 17º Festival Espetacular de Teatro de Bonecos voltou ao palco com “Os Bichos”, marionetes, bonecos de fios, bonecos de luva e marrotes altamente elaborados, que encantaram crianças e adultos, provocando aplausos entusiasmados da platéia ao final do espetáculo.

O foco principal é a música, arte tão presente em nosso cotidiano. A história gira em torno de dois amigos: um boi e um burro que decidem deixar o sítio em que vivem e partir para a cidade grande. Os Bichos é um espetáculo encantador onde os animais mostram ao público seus ocultos dotes artísticos. O pernilongo e seu violino, o sapo e seu saxofone, as galinhas e sua coreografia dão um colorido especial e hilariante ao mundo mágico da música. A valorização da amizade, a preservação da natureza e o respeito pela nossa cultura também se fazem presentes neste espetáculo lúdico e vibrante.

O público que foi ao Miniauditório assistiu ao espetáculo “À Beira Do”, composto por 16 cenas que revelam uma mulher à beira de um amor, de uma reconstrução de vida, de refazer-se, de revelar-se. Uma atriz vai tirando de dentro de uma pequena valise objetos que criam mulheres que todos nós conhecemos, nossas mães, nossas amigas, e as próprias espectadoras. Texto, Direção e interpretação de Christiane de Macedo.

E no Teatro José Maria Santos esteve em cena a peça “Hitchcock Blonde”, texto do dramaturgo britânico Terry Johnson, que não é exatamente uma peça sobre o célebre Alfred Hitchcock, “mas ele poderá fazer uma participação como sempre faz em seus filmes”.

A peça fala sobre desejo e perversão, ambição e a obsessão de um cineasta por atrizes com cabelo platinum blonde. A história se alterna entre 1999 e 1959. Em 99, um professor de cinema e a aluna viajam até a Grécia para desvendar o mistério de uma lata de película que pode conter uma obra perdida da filmografia de Hitchcock. Em 59, durante as filmagens de Psicose, uma aspirante a atriz de cabelos blonde e dublê de corpo de Janet Leigh leva Alfred Hitchcock para dentro de uma trama de loucura e assassinato, enquanto que o cineasta se delicia em sua perversão por atrizes de cabelos claros. A montagem é uma realização da Vigor Mortis.

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