Escritor paranaense segue desvendando mitos

O feriado de 07 de setembro, dia da Independência do Brasil, pode ser mais do que viagens ou momentos de lazer com amigos e família. Pode ser a oportunidade de repassar tudo o que aconteceu em 1822, um dos anos mais marcantes na história brasileira.

E nada melhor para tentar cumprir este objetivo do que o novo livro do autor paranaense Laurentino Gomes, intitulado 1822, lançado nesta semana. A publicação vem na esteira de 1808, que trata sobre a fuga da família real portuguesa para o Brasil e que se tornou um dos livros mais vendidos nos últimos tempos no País.

Divulgação
O livro tem uma narrativa leve em uma espécie de grande reportagem.

Da mesma forma como trouxe a história do início do século XVII, Gomes adota em 1822 uma narrativa leve em uma espécie de grande reportagem. E na apresentação do novo livro, um fato já chama a atenção: “Laurentino Gomes mostra como o Brasil de 1822 acabou dando certo por uma notável combinação de sorte, improvisação, acasos e também sabedoria dos homens pela condução dos destinos do novo país”.

Tudo poderia dar errado, ainda mais em um momento instável que poderia gerar guerras civis e étnicas (minoria branca x escravos). Neste cenário, o resultado deveria ser o mesmo da América Espanhola, com a divisão do território em vários países diferentes.

Para Gomes, existem vários mitos na Independência. “A própria cena do Grito do Ipiranga é um dos mitos. A quadro de Pedro Américo foi feito por encomenda por Dom Pedro II. Ele não estava em um cavalo alado. E usava roupas mais parecidas com a de um tropeiro e ainda enfrentava problemas intestinais”, afirma.

O segundo mito, de acordo com ele, é a própria mobilização do povo brasileiro para a separação do Reino de Portugal, Brasil e Algarve. “O projeto ainda não estava maduro. A maioria defendia a união e isto interessava muito. Manter o reino unido era a forma do Brasil manter acesso ao mercado europeu”, comenta o autor, que é membro da Academia Paranaense de Letras e assume o posto ainda neste mês.

Os brasileiros se “aproveitaram” de uma guerra entre os próprios portugueses desencadeada por decisões favoráveis ao Brasil por Dom João VI. E diante do cenário em que o País estava, foi justamente a elite imperial que conduziu a construção de uma nova nação.

Para 1822, foram 170 livros lidos e três anos de pesquisa. Parte impulsionada para a publicação 1808. “Fui praticamente “obrigado’ a lançar porque um livro puxa o outro. Não dá para entender 1822 sem entender os 13 anos anteriores”, explica o autor.

Junto com o novo livro vem a pressão de um novo sucesso. Gomes lembra que nunca imaginou a repercussão que 1808 teve e agora isto impõe mais responsabilidade, tanto pelo mercado editorial (a primeira tiragem tem 100 mil exemplares, todos já vendidos para redes de distribuição) quanto pelo grupo de leitores que leu 1808 e gostou da obra.

“O autor também não pode se assustar com isto. Acredito que será um novo sucesso pelo trabalho realizado. Agora tenho que esperar o leitor confirmar esta minha impressão”, declara.

No site do autor é possível baixar o primeiro capítulo de 1822 em PDF. Para ele, a internet ajuda a despertar o interesse pelo livro e o arquivo disponível gratuitamente é uma espécie de aperitivo, de degustação.

Laurentino Gomes estará em Curitiba para lançar o novo livro no dia 16 de setembro, às 19h30, nas Livrarias Curitiba do Shopping Estação., Na ocasião também participa de um bate-papo com leitores. O livro já está à venda por R$ 40,40.

Voltar ao topo