Entre deuses e druidas

Os celtas surgiram no centro da Europa e depois expandiram-se por todo o continente: da Espanha até a Turquia, da Irlanda ao Norte da Itália, da Alemanha à Bulgária, difundindo sua estrutura social com notável êxito, e também sua religião e economia, baseada entre outras coisas no controle do ferro. Essa civilização podia rivalizar com a greco-latina e era até mesmo superior a ela em aspectos importantes como a agricultura.

Sua história é sintetizada por Pedro Pablo G. May em Os Mitos Celtas, título da coleção Chave Azul, com a qual a Editora Angra brinda os leitores com monografias que dão um panorama dos aspectos da ciência, história, cultura e técnica.

Lembra Pedro May que os celtas desapareceram do mundo como civilização quando Roma impôs a superioridade de seu exército, a eficácia de sua administração imperial centralizada e sua ambição histórica de se perpetuar materialmente. Os filhos de Rômulo sofriam de um forte complexo de superioridade que os incapacitou de imaginar ou de entender uma forma de grandiosidade diferente daquela que defendiam.

Quando derrotaram Cartago, eles não se contentaram em destruir sua capital mas também, depois de arrasá-la pedra por pedra, jogaram sal nas ruas, num afã desmedido para esterilizar o inimigo tanto do ponto de vista simbólico como material. Com os celtas, fizeram algo parecido. Desde a derrota do herói Vercingetórix, jogaram toneladas de sal em sua memória para aniquilar as recordações que pudessem restar. Apesar de tudo, se os romanos se apoderaram da história, os celtas se refugiaram no mito. E, graças a isso, seu espírito sobreviveu.

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