Eline Porto ainda não está devidamente acostumada com a fama. A novata, de 17 anos, que faz a Júlia de Floribella, da Band, reconhece que ainda se assusta ao ser abordada pelos fãs, que sempre fazem plantão na portaria dos estúdios do Pólo de Cinema e Vídeo de Jacarepaguá, Rio de Janeiro. "É engraçado ser objeto de adoração. As crianças, principalmente, são as que mais procuram. Elas ficam loucas", conta, entusiasmada. Apesar do estranhamento inicial com a reação do público, Eline não se importa com o assédio. Ao contrário. Acha graça do sucesso, mas ressalva que não é uma das mais procuradas pelos fãs. "Como a Júlia começou a trama sendo uma menina má, é vista com desconfiança pelas crianças", diz, entre risos.
Empolgada com a repercussão, Eline também tem se divertido bastante com a personagem. Apesar de inexperiente, a atriz garante que não sentiu dificuldades na hora de compor a Juju, como é conhecida na trama. Eline conta que se baseou apenas na própria sinopse, que dava indicações sobre a "personalidade" da "backing vocal" da banda de Flor, personagem de Juliana Silveira. "Me inspirei também em algumas amigas. Na verdade, umas amigas-da-onça. Através delas, coloquei alguns trejeitos e a maneira de olhar as pessoas com inveja", confessa. Além das "amiguinhas", Eline também encontrou o "tom" mais próximo da realidade com as reuniões e "workshops" promovidos pela diretora Eliane Fonseca, antes de começar a gravar. "As leituras iniciais foram fundamentais para nos conhecermos melhor e entrarmos no ritmo", enaltece.
O ritmo, aliás, a atriz também teve de "pegar" bem rápido. Eline, assim como parte do elenco, precisou ter aulas de dança com a coreógrafa Roberta Cid. A "jornada", porém, foi puxada e cansativa. Para não fazer feio, ela ensaiava cerca de três horas por dia. "Já havia feito aulas anteriormente, mas sem nenhuma obrigação. Não foi nada fácil, pois estava enferrujada", recorda. Mas pelo menos Eline não precisou fazer aulas de canto. Isso porque desde criança acompanha o pai e o avô, músicos amadores, em reuniões realizadas em casa. "Sempre cantei, mas chegou uma hora em que decidi levar mais a sério e, desde os 12 anos, faço aulas de canto", destaca.
A seriedade fez com que a atriz apresentasse, aos 15 anos, já mais segura de si e pronta para encarar os palcos, o espetáculo Na Estrada. Realizado em sua cidade natal, Niterói, Rio de Janeiro, Eline montou um repertório com versões de músicas da MPB. "Foi uma experiência muito boa. Foram dois dias de teatro lotado", exalta. No ano passado, Eline deu novo passo na carreira musical. Durante um ano, ela morou nos Estados Unidos com a irmã mais velha e aproveitou para fazer um curso de férias na consagrada escola Berkeley, na Universidade da Califórnia. Lá, teve a oportunidade de aprimorar algumas técnicas vocais e conheceu um pouco mais sobre a música feita na terra do Tio Sam. "Pude ter contato com pessoas do mundo inteiro. Foi um grande aprendizado", lembra.
Mas a "backing-vocal" da trama de Floribella ainda planeja novos "vôos". Com a repercussão da novela, Eline já mantém contato com a gravadora Trama para lançar um CD próprio. A atriz adianta apenas que está na fase de escolha de repertório para o disco, que deve ficar pronto e ser lançado até o final do ano. "Vai ser dedicado a canções de MPB. Mas posso incluir outros gêneros", avisa, fazendo mistério. Eline também não dá muitas pistas de sua participação na segunda temporada de Floribella. Apesar de saber que o elenco pode mudar, a atriz confessa que gostaria de continuar na trama. "Ainda não temos certeza de nada, pois não tivemos nenhuma conversa desse tipo. Não sabemos quem fica ou quem sai", jura.