Às vésperas de completar 30 anos, a apresentadora Eliana só quer saber de comemorar. Em alusão à data, celebrada no dia 22 de novembro, Festa é o nome dos novos CD e vídeo que ela lançou este mês e também do DVD que chega às lojas em outubro. Mas o maior motivo de alegria vem da tevê. Depois de passar meses lutando contra os baixos índices no Ibope e as constantes reformulações na grade da Record, o Eliana na Fábrica Maluca se estabilizou no horário vespertino, ganhou mais uma hora de duração e já chegou até a conquistar alguns segundos lugares no Ibope, com índices em torno dos cinco pontos. “Estou muito feliz com os resultados. Os números me surpreenderam”, valoriza Eliana.
Antes de concretizar as mudanças, no entanto, a apresentadora sofreu fortes pressões em função dos números da audiência. Dificuldades que ela atribui às seguidas mudanças de horário do programa. “Foram quatro mudanças em cinco meses. Tevê é hábito. As pessoas estavam perdendo o hábito de assistir ao programa”, justifica. A volta para a tarde, horário no qual ela atuou no ano passado, depois de 11 anos seguidos nas manhãs, foi uma reivindicação da própria apresentadora. Mas comprometeu boa parte do projeto que ela tinha criado para o “Eliana na Fábrica Maluca”. Exibido de 14 h às 16 h, hoje o programa tem um enfoque infanto-juvenil, visando um público-alvo entre oito e 13 anos de idade. Em conseqüência, perderam espaço as brincadeiras mais infantis e alguns dos quadros nos quais Eliana atuava. “Hoje, a espinha dorsal do programa são os games. Nunca tinha trabalhado com games, mas foi uma mudança necessária”, conforma-se a apresentadora, que ainda abriu espaço no programa para seriados “enlatados” como “Patricinhas de Beverly Hills” e “Turma da Paquera”.
Apesar das transformações, Eliana nega que esteja buscando uma mudança em seu público, formado essencialmente por crianças. A intenção, segundo ela, foi apenas adequar o “Eliana na Fábrica Maluca” ao novo horário. Além disso, a apresentadora não acredita que o que chama de “dinamização” do programa possa afastar as crianças menores. “A criança vê o que o adolescente vê. O contrário é que não acontece”, teoriza. Por outro lado, Eliana frisa que não abriu mão do tom educativo, valorizado sobretudo nas matérias especiais que produz em suas viagens. “Continuamos produzindo uma revista de informação. Só que agora ela tem jogos, competição, componentes mais dinâmicos”, define.
A intenção educativa vai dar o tom também do primeiro longa-metragem da apresentadora. Com os títulos mais prováveis de “Eliana na Baía dos Sonhos” ou “Eliana na Baía dos Golfinhos”, o filme vai mostrar Eliana como uma militante a favor da ecologia. O roteiro, entregue aos cuidados de Laura Malin, autora da primeira temporada do seriado “Turma do Gueto”, da Record, já está no oitavo tratamento. “O filme é a realização de um sonho, mas, principalmente, da intenção de trazer uma mensagem positiva para nossas crianças”, pontifica.
Para bem cumprir a função de conscientizar as crianças sobre a importância da preservação da natureza, Eliana promete mesclar as paisagens paradisíacas de Fernando de Noronha e da Riviera Maya, no México, que servirão de cenário ao filme, a tristes imagens da realidade. “Não é um documentário, mas é importante mostrar o que acontece para plantar uma semente na cabeça das crianças”, justifica. As filmagens devem começar no primeiro semestre de 2004 e a previsão de estréia é para o final do mesmo ano. As conversas em torno da definição do restante do elenco já começaram, mas nenhum convite foi formalizado. Apesar da ansiedade, Eliana prefere fazer cada coisa a seu tempo e faz questão de participar dos mínimos detalhes. “Mais que minha profissão, isso é minha vida. Cuido de cada personagem, de cada definição. Preciso estar envolvida para acreditar no projeto”, declara, com indisfarçável empolgação.