"Nunca vi ninguém entrar no papel com tanta paixão e conseguir deixá-lo tão vivo e intenso. O Coringa, pérfido e maldito, será um dos personagens mais assustadores da história do cinema". Assim Aaron Eckhart, ator do novo filme do Batman, se exprime sobre a personagem interpretada por Heath Ledger. A poucos dias do lançamento de "The Dark Knight" no cinemas, Ledger continua no centro de todas as discussões sobre o filme.
Eckhart, 40 anos, protagonista de "Obrigado por Fumar" (2005) e "Dália Negra" (2006), concedeu uma longa entrevista para a revista norte-americana Angeleno, na qual falou sobre o papel do Coringa e de seu relacionamento com Heath Ledger, morto dia 22 de janeiro aos 28 anos por uma overdose supostamente acidental de remédios. "Estava em um hotel em Vancouver quando ouvi a notícia da morte de Heath", explicou, "era o meu dia livre, Não conseguia acreditar. Não consigo acreditar agora".
Quando fala de Ledger, Eckhart, que no filme interpreta o vilão Duas-Caras, ainda usa o tempo presente: "É um grande homem e um ator excepcional. Talvez possa passar a impressão de ser uma pessoa atormentada", disse, "mas eu não tinha idéia de quanto esse mal-estar estava radicado nele. Eu o via apenas como uma pessoa cheia de talento e criatividade".
Eckhart também lembrou o respeito devido aos familiares de Ledger. "Após a sua morte, houve uma horrível invasão da sua vida pessoal, cada detalhe foi instrumentalizado e oferecido como pasto aos jornalistas. Os meus pensamentos vão à família, que merece todo o respeito possível".
O ator, porém, não quis revelar detalhes do filme. "Não assinamos nenhum documento dizendo que não poderia revelar a trama do filme, mas, na prática, é como se nôs tivessem dito ‘fala e você nunca mais vai trabalhar’. E eu, que há anos estou tentando fazer meu caminho, quero trabalhar ainda bastante".
Acostumado a papéis secundários, Eckhart espera poder "continuar trabalhando em ritmo intenso para poder crescer o mais possível". O diretor do novo filme do homem morcego, Christopher Nolan, declarou ao jornal Los Angeles Times que é um fã do ator desde os tempos de "Na Companhia de Homens" (1997), um de seus primeiros trabalhos. "Queria tê-lo em ‘Amnésia’ (2000), mas não consegui", conta o diretor, "Por sorte, quando foi o momento de escolher o elenco para ‘The Dark Knight’ ele estava disponível".