Documentário de alpinismo ganha as telas de cinema

d11.jpgEm cartaz no Cine Unibanco Arteplex (Shopping Crystal) desde sexta-feira, o documentário Extremo sul, da diretora gaúcha Monica Schmiedt e do alemão Sylvestre Campe, no Brasil há dez anos, é uma boa opção para quem gosta de aventura e expectativa. Filmado quase que inteiramente no extremo sul da Terra do Fogo (Patagônia) de 4 de março a 3 abril de 2003, o trabalho é repleto de belas paisagens. No centro das atenções, o Monte Sarmiento é o objeto de desejo de cinco alpinistas e toda uma equipe de filmagem.

Coberto de mistério, neve, chuva constante, frio e fortes ventos, em mais de duzentos anos de alpinismo somente três expedições obtiveram êxito em sua escalada. A equipe de Extremo sul realizou duas expedições ao Monte Sarmiento, pois em 1998 estudaram a região e estabeleceram uma estratégia de escalada. Após anos de planejamento e acompanhados por recursos tecnológicos e humanos sofisticados, Monica Schmiedt, Sylvestre Campe, equipe de cinema e cinco alpinistas profissionais chegam à base da montanha numa tentativa ambiciosa de conquistar seu topo documentando as dificuldades da escalada e os bastidores vividos pelos participantes.

Localizado a 100 km ao sul de Punta Arenas (Chile), o Sarmiento é uma montanha isolada entre o oceano Atlântico e o Pacífico com 2.404 metros de altura.

Segundo Monica Schmiedt, para a expedição ser realizada foi feita uma logística e um esquema de segurança caso algo saísse errado. Logo no início do documentário é feita uma breve apresentação dos cinco alpinistas: Nelson Barretta ?Pepe? e Ronaldo Frazen Jr. ?Nativo? (Brasil), Eduardo Hugo López ?Tato? e Walter Rossini (Argentina) e Julio Contreras (Chile). Para encarar o desafio foi necessário reunir um grupo que se conhecesse e que uns confiassem nos outros. Logo que se encontram é tudo festa, entretanto, basta a equipe levantar as barracas sob o Sarmiento que a tensão domina o grupo, estabelecendo um ambiente psicológico intenso e inseguro.

?O filme prima pela forma humana e pessoal das equipes de filmagem e principalmente de alpinismo, que se confrontam nas idéias?, opina Monica, afirmando que os ânimos chegaram a se exaltar. Dia após dia a expedição vive momentos de apreensão para que o clima ofereça as condições ideais de escalada – enquanto isso, as câmeras registram todos os acontecimentos; destaque para a forma como cada integrante enxerga a situação. Realístico e inquieto, o documentário recebeu o prêmio de melhor filme – Gran Premio Genziana D?Oro – no 53.º Trento Film Festival, em maio de 2005, na Itália.

Topo

O cume mais alto do Monte Sarmiento só foi conquistado por uma expedição até hoje. Em 1956 um grupo de italianos chefiado pelo padre Alberto Maria de Agostini, já aos setenta anos de idade, escalou a montanha com Carlo Mauri e Clemente Maffei, dois dos melhores alpinistas da época. Apaixonado por fotografia e pelo alpinismo, Agostini explorou e fotografou uma paisagem inédita para o ser humano, assim como estudou a cultura indígena que com poucos trapos habitava o local praticamente inóspito. Eram eles os índios Onas, Tehuelches, Yamanas e os Alacalufes. Registros antigos de Agostini são mostrados no documentário. Mesmo nessa região pouco habitada a civilização humana extinguiu a raça indígena. O fato é abordado no filme.

Concurso

A produção de Extremo sul está organizando um concurso que oferece ao vencedor um tour com acompanhante pela Patagônia.

Os melhores colocados concorrem a kits de caminhada com mochila, bota e saco de dormir. Mais informações no site www.extremosul.com 

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