‘Dentro/Fora’ representará o Brasil na Bienal de Veneza

Dentro/Fora é o título da exposição que marcará a representação oficial brasileira na 55.ª Bienal de Veneza, a ser inaugurada para o público em 1.º de junho. O Pavilhão Brasil nos Giardini, espaço pertencente ao Ministério das Relações Exteriores, abrigará uma mostra preparada pelo venezuelano Luis Pérez-Oramas, responsável pela curadoria da 30.ª Bienal de São Paulo. Pelo projeto do curador, obras dos artistas contemporâneos Hélio Fervenza e Odires Mlászho serão colocadas em diálogo com três esculturas históricas, a Unidade Tripartida, do suíço Max Bill (1948), Côncavo/Convexo, do designer italiano Bruno Munari (1946) e Trepante/Obra Mole, da brasileira Lygia Clark (1965).

Em dezembro, Oramas convidou o gaúcho Hélio Fervenza e o paranaense Odires Mlászho, ambos participantes da 30.ª Bienal de São Paulo, para representar o Brasil em Veneza. Foi uma aposta em dois criadores de meia idade de carreira – nem emergentes, tampouco historicamente consagrados, inclusive, no circuito nacional. Segundo o curador, ele teve a liberdade de escolher artistas brasileiros que não estivessem, necessariamente, na exposição paulista, mas preferiu ser coerente com o ensejo da 30.ª mostra em São Paulo. “Curar o pavilhão brasileiro em Veneza tem uma dimensão política e aproximei-me disso com prudência. Esperei que se confirmasse eu ser o curador do Brasil em Veneza, sou um estrangeiro”, conta Oramas.

“Acho que são dois artistas excepcionais. De Fervenza, que conheci através do (cocurador da 30.ª Bienal e da representação brasileira na mostra italiana) André Severo, me impressionou o espírito de fineza, de sua obra feita desde os anos 1980 e que não circulava. E quando conheci Mlászho, vi que ele tem um corpo tão grande de trabalho e ainda tem inventado a noção de colagem. Sua relação com o mundo digital é quase obsessiva”, considera o curador. O anúncio oficial dos escolhidos por parte da Fundação Bienal de São Paulo demorou a ser feito porque Oramas quis relacionar as obras dos contemporâneos – que, inclusive, foram convidados a criar trabalhos inéditos para Veneza – com um núcleo histórico que dependeria do empréstimo de peças por parte de instituições museológicas (leia mais ao lado), como o Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP e a Galeria Nacional de Arte Moderna de Roma. “Essa conversa institucional tem uma dimensão política importante”, diz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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