Enquanto visitantes ilustres de vários países conhecem parques, museus e bairros nobres da Capital Ecológica, uma das peças do Festival de Teatro de Curitiba mostra uma visão diferente da cidade. Curitiba em Comédia retrata o submundo da Cidade Sorriso – histórias que diariamente são contadas nas páginas do jornal Tribuna do Paraná. O jornal, aliás, faz parte do enredo. A equipe da editoria policial é citada quando uma prostituta é assassinada no centro da cidade.
Com direção e atuação de Fábio Silvestre, a peça traz quatro personagens da popularesca Curitiba: um velhinho, antigo freqüentador da Boca Maldita que relata de forma curiosa a história da cidade; um garçom do conhecido Bar Gato Preto, ponto de encontro das ?garotas de vida fácil??, que relata sua trajetória de abusos sexuais e as histórias de amor bandido com as freqüentadoras da casa; um jogador de futebol fracassado, barrado nos grandes clubes e que busca a glória no Combate Barreirinha; e um surfista que mora em Colombo e costuma pegar ondas no Rio Belém.
Apesar do cenário ser simples, o que dá um charme à peça é a narração entre um personagem e outro que é feita pela mesma locutora que informa os passageiros do ônibus Ligeirinho sobre as próximas paradas. Segundo Fábio Silvestre, a temática local sempre esteve em seus trabalhos. ?Eu sempre quis mostrar para o público de fora essa peculiaridade do curitibano, e agora deu certo, pois o Festival de Teatro é uma boa vitrine para mostrar o trabalho a quem é de fora??.
As piadas, ironizando os costumes e as figuras bizarras que vivem na cidade, aliadas aos trejeitos dos bem caracterizados personagens, fazem o público cair fácil na gargalhada. A peça está sendo exibida no Bar Era Só que Faltava, na Avenida República Argentina; últimas apresentações dias 24 e 25, à meia-noite. Ingressos a R$ 15, R$ 10 (com bônus) e R$ 7 (estudantes, classe artística e maiores de 65 anos).