Curadora da Bienal Brasileira de Design anuncia afastamento

A jornalista e pesquisadora Adélia Borges, escolhida para ser a curadora da próxima Bienal Brasileira de Design, anunciou nesta segunda-feira, 2, que deixou o cargo. “Consternada comunico meu afastamento das funções de curadora geral da próxima edição da Bienal Brasileira de Design”, escreveu Adélia em sua página no Facebook. “Tomei a decisão de pedir o meu desligamento dos quadros da Bienal em virtude da discordância em relação à condução do evento por parte da Comissão Organizadora.”

O evento está marcado para ocorrer entre os dias 15 de maio e 12 de julho, em Florianópolis, Santa Catarina, e é organizado pelo Centro Design Catarina, presidido por Roselie Faria Lemos. Para a Bienal, a entidade responde ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

“Foi uma decisão bem pensada, muito triste e difícil, porque eu realmente estava nesse projeto desde outubro de 2013”, conta Adélia ao jornal O Estado de S.Paulo. “Houve vários desentendimentos ao longo do tempo, todos eles decorrentes da não compreensão da comissão sobre o trabalho da curadora”, completou. Segundo ela, a insatisfação culminou na semana passada, quando recebeu de volta uma lista de obras que tinha enviado para a organização com uma série de “nãos” anotados ao lado de algumas obras. “Foram vetos não justificados, permanecer seria abrir mão do meu papel de curadora”, afirma.

Um novo curador da Bienal de Design será escolhido na próxima terça-feira, dia 10, em uma reunião do Comitê de Orientação Estratégica da Bienal (Coeb), presidido pelo Ministério do Desenvolvimento, em Brasília. “Foi uma escolha dela, abandonar o barco, em função de algumas coisas que talvez ela não tenha gostado muito”, diz a presidente do Centro Design Catarina, Roselie Faria Lemos. “Vamos ter que fazer alguns ajustes, mas a Bienal vai acontecer como planejado”, garantiu.

“Ela [Adélia] pediu opiniões, enviou questionários, nós fizemos as observações em uma reunião sugerindo que algumas obras fossem retiradas, para não haver confusão com outras exposições que vão correr de forma concomitante, para o público não confundir as coisas”, explica Roselie.

De acordo com a presidente, toda a estrutura previamente definida continua sendo trabalhada. “É um desafio, agora vamos ter que correr, mas ‘tá na chuva é para se molhar’.”

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