Críticos aplaudem O jardineiro fiel

O novo filme do aclamado diretor de cinema Fernando Meirelles, O jardineiro fiel, parece seguir o mesmo caminho de sucesso de Cidade de Deus. Durante a sessão de estréia no Festival de Cinema de Veneza, ontem, a crítica especializada aplaudiu o filme e manteve a boa expectativa para o prêmio máximo do festival. Desde sua estréia nos Estados Unidos dia 26 de agosto, O jardineiro fiel tem recebido elogios da imprensa internacional. Co-produzido por Reino Unido, Quênia e Alemanha, o longa baseado num romance de John Le Carré mostra os crimes cometidos por multinacionais farmacêuticas na África.

Com a estréia no Brasil marcada somente para o dia 14 de outubro, o filme mescla drama, suspense e romance visto pelo olhar de um diretor do terceiro mundo. Como o próprio protagonista (Ralph Fiennes) do filme, declarou, incluir a vida nas favelas de Nairóbi e uma história de amor em meio a um escândalo internacional foi uma idéia de gênio.

Numa região quase abandonada do Quênia, a ativista Tessa Quayle (Rachel Weisz) aparece morta numa típica cena de crime passional. Ao descobrir o assassinato, seu marido, o diplomata Justin Quayle (Ralph Fiennes) luta para desvendar o crime e descobre as atividades secretas que Tessa organizava como defensora da África. No encalço da verdade, Quayle descobre que a esposa foi morta a mando da indústria farmacêutica que fazia experimentos de remédio contra aids em humanos. ?Os crimes das indústrias farmacêuticas são tremendos, mas não acho que vão protestar contra o filme, só me dariam publicidade?, afirmou Meirelles.

Com imagens fortes da pobreza africana, o diretor mostra imagens dos belos desertos, cânions e savanas contrastando a tristeza de quem não possui nada com a sede insaciável de poder das poderosas indústrias farmacêuticas. Com trilha sonora composta pelo espanhol Alberto Iglesias, e a experiência do diretor brasileiro no assunto de combate a aids – o Brasil é um dos países que produz medicamentos a baixo custo apesar das sanções comerciais -, o filme denuncia a impotência da ajuda humanitária frente ao apelo econômico internacional.

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