Chico Buarque faz pocket show para 15 mil na internet

Cerca de 15 mil pessoas acompanharam ontem pelo www.chicobastidores.com.br um happening com show do cantor e compositor Chico Buarque, entre as 16 horas e as 16h30. Da biblioteca de sua casa no Leblon, na zona sul do Rio, Chico participou ao vivo, conversando e tocando duas músicas. A primeira foi “Sinhá”, parceria com João Bosco, que o acompanhava ao violão. É um dos destaques do novo álbum, “Chico” (E assim vai se encerrar o conto de um cantor / com voz de Pelourinho e ares de senhor). No fim, tocando ele mesmo o violão, atendeu a pedido de fãs e cantou ainda “Nina”.

O pocket show foi marcado pelo bom humor. A transmissão foi interrompida no início por alguns instantes, por causa do tráfego intenso, e os internautas perderam a fala de abertura. O videomaker Bruno Cabral, que documenta apresentações do cantor para o site, pediu para Chico repetir o início, e ele brincou: “Vão pensar, o velho está com problemas, repetindo tudo assim”, disse.

Neófito na internet, Chico declarou admiração por técnicas de mashup (edição que permite juntar falas, discursos e bases musicais). “O cara compõe uma melodia em cima do que você falou. E é do cacete. Deve ter outras, deve ter discurso do Obama.” E afirmou espantar-se com fãs que tocam no YouTube suas músicas logo depois de tocá-las no site. “Tem uma música do Jorge Helder (seu baixista) que nem o Jorge Helder sabe tocar.”

João Bosco definiu sua nova parceria com Chico como um “afro-samba milongueiro” – só tinham composto juntos a música “Mano a Mano”. “A gente tinha de sair da única música que fizemos.” Chico acrescentou: “Outras virão, para o nosso amigo lá da praia cantar.” O amigo, explicaram, é um tal de Mário Sérgio, funcionário da Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio (Comlurb), que sabe cantar todas as letras de Chico.

Falaram ainda de futebol. “Comecei a torcer para o Flamengo por causa daquele topete do Dida, que parecia rock and roll”, disse João Bosco, ao que Chico, tricolor, rebateu: “O Castilho também tinha.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.