Capri vive o barão de Serro Azul no cinema

Na maioria das vezes o preço da paz é o sangue do rival, em poucas, o diálogo. Em cartaz em cinemas de Curitiba, O preço da paz narra o trajeto de um dos principais personagens da história paranaense, Ildefonso Pereira Correia, conhecido como o barão do Serro Azul. Com o curitibano Herson Capri como protagonista do épico, Lima Duarte, José de Abreu, Camila Pitanga, Danton Mello e Giulia Gam completando o elenco, o longa metragem foi premiado na 7.ª Mostra de cinema de Tiradentes e escolhido como o melhor filme pelo júri popular do Festival de Gramado (2003).

A história se passa no final do século XIX, em meio a Revolução Federalista e o golpe do presidente Floriano Peixoto. Inconformados com os rumos adotados por Peixoto, os revolucionários do Rio Grande do Sul, chamados maragatos, batalham com as forças florianistas com o intuito de chegar ao Rio de Janeiro, e, com o apoio das tropas do almirante Saldanha, depor o presidente. Pacifista e dono de muitas posses, o barão do Serro Azul tenta desviar Curitiba da sangrenta rota da batalha. Para isto, mediou acordos e usou da própria fortuna.

Curitibano que caminhava de casa (na Rua Dr. Faivre) até o Colégio Estadual, e do colégio até o Teatro Guaíra, Herson Capri afirma que o barão pode ser comparado ao diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Melo (morto num atentado terrorista, em Bagdá). ?Os dois foram homens prudentes que trabalharam para resolver problemas em meio a uma situação belicosa.? O protagonista do filme ainda disse que o que falta entre os líderes mundiais é o diálogo.

A produção do filme envolveu 230 pessoas da equipe técnica, 63 atores secundários e mais de 1.300 figurantes. O barão foi considerado traidor e morto numa emboscada no caminho ferroviário entre Curitiba e Paranaguá. Foi o preço que pagou com a vida. Sua história foi proibida durante mais de 40 anos, sendo excluída de livros oficiais.

Foram construídos 37 sets de filmagem e a produção das cenas de batalha contabilizou 25 batidas de carro, 480 cavalos, 390 soldados e mais de 2.600 tiros disparados. ?Existe uma inspiração especial por interpretar alguém da minha cidade em um filme desse porte. Às vezes as pessoas só conhecem grandes pessoas ao falar nomes de ruas. A história do barão conheço desde pequeno, quando fiz o trajeto de trem entre Curitiba e Paranaguá?, conta Capri. Após sair de Curitiba em 1971, o ator rumou para São Paulo para estudar economia e em seguida foi para o Rio de Janeiro, continuar os estudos teatrais iniciados aos 15 anos.

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