Cantoria de aniversário no Canecão

Começa hoje, no carioca Canecão, a série de shows que assinala os 25 anos da Kuarup, gravadora dedicada à boa música. Com Cantoria Brasileira, às 21h, estarão no palco Elomar, Pena Branca, Renato Teixeira, Teca Calazans e Xangai. Este encontro histórico vai desembocar em um CD comemorativo, reunindo ainda Chico Lobo, Natan Marques, Oswaldinho do Acordeon e Paulo Sérgio Santos, que também participam da festa.

A Kuarup coleciona mais de vinte prêmios nacionais e internacionais, entre eles o Grammy 2001 por Semente Caipira, de Pena Branca. E seu catálogo soma 150 discos com alto padrão de excelência, misturando os salões de forró com as salas de concerto, as rodas de choro com as modas de viola, mapeando os universos do sertão e da cidade, combinando estéticas e juntando talentos.

“Resolvemos celebrar nossa festa com muita música e convidamos alguns dos artistas que nos representam melhor neste quarto de século de batalha por uma gravadora brasileira de alto nível”, comenta Mário de Aratanha, que fundou a Kuarup com o saudoso fagotista Airton Barbosa e com a artista plástica francesa Janine Houard, sua sócia até hoje. “Nós apostamos na cultura brasileira de raiz”, diz Janine, “e o tempo mostra que apostamos certo”.

Mestre do cavaquinho

No mapa em que a gravadora Karup registra os grandes nomes da música brasileira há um novo marco: Sempre Waldir, CD dedicado ao músico Waldir Azevedo, “o responsável pela elevação do cavaquinho à categoria de solista. Antes do sucesso de Brasileirinho em fins de 1949, ele era visto apenas como um instrumento de meio-de-campo. Waldir mostrou, com o sucesso do cavaquinho solado, que havia potencial incrível a ser explorado”, lembra o cavaquinista Henrique Cazes, produtor do CD e um de seus solistas.

Integrante da série Sempre, o disco mostra como várias gerações de músicos foram tocadas “pela magia da música do autor de Brasileirinho, por sua alegria e comunicatividade”, completa Henrique.

Os convidados são desde os contemporâneos de Waldir como Chiquinho do Acordeon, interpretando Delicado e Mágoas de Cavaquinho, e Ademilde Fonseca cantando Pedacinhos do Céu, até os chorões surgidos nos anos 70 como Dedo Rian (Não Há de Ser Nada) e Zé da Velha (Carioquinha). Passa ainda pela turma do Henrique Cazes em Choro Novo em Dó e Vê se Gostas, esta última com participação especial de Rafael Rabello, e chegando à novíssima geração de Bruno Rian (Quitandinha) e do grupo Rabo de Lagartixa (Arrasta-pé).

Na instrumentação impera, claro, o som dos cavaquinhos, com solistas que, em maior ou menor grau, foram influenciados pelo mestre. Entre eles, além de Cazes, estão Valmar Amorim, Márcio Almeida, Bruno Rian, Alessandro Valente. E mais as participações de Silvério Pontes e Ronaldo do Bandolim

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