Balé Teatro Guaíra apresenta coreografias inéditas

Pequeno_Mundo1.jpgO Balé Teatro Guaíra apresentará de 10 a 18 de setembro, no Guairão, duas novas coreografias criadas pelos coreógrafos convidados, Luiz Fernando Bongiovanni (Caixa de Cores) e Felix Landerer (Werschwindend Kleine Welt) que pela primeira vez coreografam para o grupo.

O trabalho dos dois começou há alguns meses e incluiu ensaios abertos e gratuitos que tiveram a presença de artistas plásticos, professores e músicos.

Caixa de Cores coloca em cena a essência do trabalho do físico Isaac Newton, a divisão da luz em sete cores, reconhecidas pelo olho humano, mais o branco (a união de todas as cores) e o negro, como a ausência de cor.

Ele explica que o aspecto físico, como o comprimento de onda, de uma determinada cor acaba associando-a a um estado de espírito. Por exemplo, o vermelho é a cor com a onda mais curta, com a troca mais rápida de fotons e elétrons. E o vermelho, como cor vibrante, está associada à pulsação, à paixão, ao ímpeto. Do outro lado do espectro está o violeta, com o comprimento de onda mais longo. "Esta cor está associada à solidão e à morte. O interessante é que o ser humano associa emoções e cores sem necessariamente conhecer a física", disse Bongiovanni.

Para escolher a trilha deste balé, ele escutou cerca de 300 músicas. Optou para as coreografias das cores os concertos de Vivaldi e para a transição entre elas, música eletrônica.

Luiz Fernando Bongiovanni atuou como bailarino nove anos na Europa (Suíça, Holanda e Suécia) e se apresentou em turnês nos Estados Unidos, Brasil, Argentina, Paraguai, China, Coréia do Sul, Nova Zelândia e Austrália.

Ele trabalhou com os coreógrafos Mats Ek, Ohad Naharin, William Forsythe e Nacho Duato, entre outros. Os últimos anos de carreira, terminada em junho de 2003, foram dedicados ao Cullberg Ballet de Estocolmo, na Suécia, uma das principais companhias européias. Na Europa, coordenou workshops de improvisação e composição, baseados na técnica desenvolvida por William Forsythe. No Brasil, coordenou em 2004 o projeto de Residência Coreográfica da Oficina Cultural Oswald de Andrade. Bongiovanni também coreografou para o Balé da Cidade, de São Paulo.

Felix Landerer

Pequeno_Mundo4.jpgO coreógrafo alemão tem 29 anos e é bailarino do Teatro de Hanover. Esta é a primeira vez que ele coreografa um balé fora da Alemanha.

A pesquisa deste trabalho trilha os sentimentos que surgem quando uma pessoa perde a memória, seja por doença degenerativa, idade ou acidente. Para ele o impacto é dramático. "É muito triste você não se lembrar das memórias, do que foi a sua vida. Isto provoca isolamento social e falta de comunicação", disse.

Com o nome de Werschwindend Kleine Welt (Pequeno Mundo), a coreografia criada para o Balé Teatro Guaíra dura 30 minutos e aborda o começo deste processo, quando as pessoas ainda têm lucidez sobre os fatos.

Com cenário e figurinos basicamente neutros, ele pretende provocar no público inquietação e indagação sobre o que nos tornamos quando perdemos a memória. "Espero que as pessoas pensem sobre o que este "acidente" pode significar na vida de cada um e de seus familiares", disse. A trilha sonora é uma colagem de vários compositores.

Além de desenvolver um trabalho totalmente novo com os bailarinos, Felix se surpreendeu com a dedicação e a sensibilidade demonstradas por eles durante os ensaios. "Eles têm determinação e são muito motivados para aprender o novo", disse Felix, que conheceu o BTG quando assistiu a segunda versão de O Grande Circo Místico.

Felix Landerer nasceu em Hanover, Alemanha, em 1975. Começou seus estudou em dança no "Gymnasium Essen-Werden", e depois cursou a Escola Superior de Música e Artes Cênicas em Frankfurt. Foi bailarino das Companhias de Dança dos Teatros de Bielefeld, Nordhausen, Kiel e atualmente é da Staatsoper de Hanover. Dançou obras de renomados coreógrafos como Mats Ek, Stephan Thoss, Philip Lansdale, entre outros.

Há sete anos se dedica a coreografar, tendo criado diversas obras em várias companhias de dança da Alemanha inclusive no Teatro de Hanover, onde deve permanecer por mais um ano. A partir de 2007 planeja se concentrar somente na sua carreira como coreógrafo.

Entre seus trabalhos estão Begending (1998), Theater Bielefeld; Initiation (1999), Theater Nordhausen; Morendo (1999), Theater Nordhausen; Duett (1999), Theater Nordhausen; In my room (2002), Zeche Zollverein Essen; Try to love the running (2003), Staatstheater Hannover; Grau finden (2004), Essen; Othello (2004), Staatsoper Hannover; Frost (2005), Staatsoper Hannover.

Serão realizados ensaios abertos nos dias 10 às 20h30 e 11 às 18h, o ingresso será um quilo de alimento não-perecível. Nos dias 13, 14 e 15 as apresentações serão reservadas às escolas e os convites serão dirigidos.

Nos dias 16 e 17 às 20h30 e dia 18 às 18h, o ingresso terá preço único de R$ 6,00.

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