Balanço final

Na reta final de Pé na Jaca, Ricardo Tozzi avalia de forma positiva seu Primo Cândido. Ele acredita ter construído um personagem que passou ao largo do convencional e diz que a boa repercussão do caipira metido a galã deve-se a seu apelo junto ao público, já que o personagem tem um vocabulário popular e é o típico caso de quem é adepto do ?jeitinho brasileiro?. ?Ele é a síntese da vontade que todos têm de se encostar um pouquinho. Acredito que vai ficar marcado na minha carreira?, valoriza.

Enquanto Ricardo é requisitado para estrelar campanhas de grifes como Diesel, da qual é modelo exclusivo, seu personagem em Pé na jaca não goza do mesmo prestígio. Segundo Ricardo, apesar de Cândido ter passado a novela dando em cima de toda a cidade fictícia de Deus Me Livre, quem fez sucesso mesmo foi Lance, interpretado por Marcos Pasquim. ?O Primo Cândido deve terminar com a vaca?, prevê, referindo-se a Virgínia, a melhor amiga do matuto na novela das sete.

Quanto ao figurino, digamos, exíguo de Cândido, Ricardo Tozzi não se sente cobrado pela beleza física, tampouco importa-se com essa exposição. ?Minha proposta é ser ator, construir um personagem com calma. A beleza não é o quesito mais relevante?, defende.

De fato, calma não foi uma palavra muito utilizada por Ricardo nos últimos oito meses. Assim como são invariavelmente as novelas de Carlos Lombardi, Pé na jaca não fugiu à tradição. Durante toda a trama, os roteiros de gravação chegavam em cima da hora para os atores, que gravavam cenas que iriam ao ar às vezes no mesmo dia. ?Foram oito meses sem folga. Está sendo cansativo, mas me dediquei, fiquei à disposição da novela. Quando participar de uma produção mais organizada, vou até estranhar?, revela.

Com o fim da novela, Ricardo vai poder analisar propostas enquanto tira merecidas férias. Afinal, ele praticamente emendou seu primeiro trabalho, Bang bang, no qual interpretava o médico-monstro Harold, ao atual. Ele afirma que trabalhar em teatro é uma prioridade, mas promete que não demora muito a estrelar outra produção televisiva. Afinal, seu contrato com a Globo vai até 2009. ?Garanto que será um papel de destaque?, adianta.

No cinema, Ricardo acabou de filmar Vendedores, dirigido por Alan Fiterman e produzido pelo também ator Jonathan Haagensen. No curta-metragem, Ricardo interpreta Colombiano, um chefe de tráfico de drogas capaz das piores atrocidades, bem diferente do matuto Primo Cândido. ?O mais legal é ter a oportunidade de escolher trabalhos tão cedo?, comemora.

De carona no sucesso de seus personagens na televisão, vieram outros trabalhos. Ricardo foi convidado a estrelar campanhas publicitárias e participar de desfiles. ?Segui o caminho inverso: depois de estrear com ator, virei modelo?, diverte-se. Com a fama, começou a ter mais lucro com os quadros que pinta, estimulado pelo tio, o artista plástico Cláudio Tozzi. ?Essas atividades ajudam a difundir meu trabalho em cena. A fama é conseqüência, não pode ser um objetivo de vida?, avalia. 

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