Crônicas estão na moda em Hollywood. Depois das "Crônicas de Nárnia", cujo segundo episódio – "O Príncipe Caspian" – é promessa anunciada para o segundo semestre de 2008, chegam "As Crônicas de Spiderwick". O filme baseia-se na coleção de livros de Tony DeTerlizzi e Holly Black. Conta uma história conclusiva, com começo, meio e fim, mas quem garante que não virão "As Crônicas de Spiderwick 2, 3 e 4"?
O filme de Mark Waters estréia nesta sexta-feira (21) em salas de todo o Brasil. Trata dessa família que se muda para uma velha casa, onde a mãe espera recomeçar a vida com os três filhos, dois garotos e uma jovem, após ser abandonada pelo marido. Sobre a casa pesa uma maldição. O cientista que ali habitava, Spiderwick, descobriu os segredos do mundo mágico e o ogro Mulgarath espera se apossar do livro em que ele condensou suas descobertas para dominar a Terra – mas também pode ser que queira simplesmente destruí-la.
O que faz a diferença é o co-produtor e roteirista Karey Kirkpatrick, de filmes como "A Menina e o Porquinho", "Os Sem-Floresta", "A Fuga das Galinhas" e "James e o Pêssego Gigante". Kirkpatrick, que costuma trabalhar para crianças, tirou dos livros essa história sobre o rito de passagem de um garoto à idade adulta. Como produtor, ele próprio escolheu o diretor e acertou em cheio com o que, em princípio, poderia parecer um equívoco. Afinal, o diretor Waters é especializado em comédias contemporâneas ("E Se Fosse Verdade" e "Meninas Malvadas"), que nada têm a ver com o universo de fantasia de Spiderwick.
Kirkpatrick enxergou direito. Há nesses filmes uma dinâmica entre irmãos e irmãs e entre pais e filhos nas famílias disfuncionais que se constitui na essência de Crônicas, com suas fadas, duendes, sílfides e goblins maléficos. Tudo isso favorece os efeitos, mas está a serviço da história, que pode atrair adultos e crianças. Waters queria gêmeos para interpretar os irmãos Jared e Simon, mas terminou optando pelo ator Freddie Highmore, de "Em Busca da Terra do Nunca" e "A Fantástica Fábrica de Chocolate". O garoto é bom e o filme ainda conta com a participação de Joan Plowright, grande dama inglesa que imprime um toque de classe à produção.