Após muitas derrotas para o SBT, Globo reformula a grade infantil

tv31.jpgDepois de amargar sucessivas derrotas na guerra matinal do Ibope para o SBT, a Globo resolveu reformular sua programação infantil na estréia da grade de 2005. As mudanças mais significativas aconteceram no programa de Xuxa. Há quatro meses fora do ar, a apresentadora voltou deixando para trás o malfadado Xuxa no Mundo da Imaginação, do qual não sobrou nem o nome. No comando do TV Xuxa, ela vem garantindo à emissora o primeiro lugar de audiência, com média de 11 pontos. No mesmo horário, o Bom Dia & Cia., do SBT, tem marcado oito.

Pelo menos por enquanto, as mudanças parecem ter surtido efeito. Mas não se deve esquecer que, quando estreou, em 2002, cercado de alarde, Xuxa no Mundo da Imaginação marcava 15 pontos no Ibope e acabou tirado de cena quando patinava nos seis. Já o Sítio do Pica-Pau-Amarelo estreou nova Dona Benta e estrutura de novelinha, mas quase nada mudou na audiência, em torno de oito pontos.

 Com relação a Xuxa, o principal acerto da emissora foi ter incluído no programa uma série de desenhos animados que antes faziam parte do TV Globinho que, agora, só vai ao ar aos sábados. Estão lá velhos chamarizes de audiência, como Beyblade e Bob Esponja, além de novidades na tela da Globo, como Zentrix, Rugrats Crescidos e Os Padrinhos Mágicos. De um lado, é inegável a atração que os desenhos animados exercem sobre a garotada. De outro, também é fato que o perfil da apresentadora loura e infantilizada está em franca decadência. O novo programa de Xuxa tem duas horas de duração, mas ela passa pouco mais da metade deste tempo no ar.

Faltam novidades

No restante do programa, novidade é artigo raro. Tentando resgatar os áureos tempos da rainha dos baixinhos, o TV Xuxa mistura tudo o que a loura já fez em 20 anos de carreira. Voltam as disputas entre meninos e meninas, a presença mais marcante da platéia e até a velha nave espacial em que ela fazia suas entradas triunfais, agora digitalizada na abertura do programa. Ao mesmo tempo, há espaço também para quadros educativos que surgiram em Xuxa no Mundo da Imaginação, ou para personagens como a Bruxa Keka e os novos Aristides Porte, Artur Ismo e Edna Tereza, todos interpretados pela apresentadora.

 Há que se destacar ainda a mão de Jorge Fernando no programa. O diretor, que participou também da concepção do projeto, tem história com a dramaturgia e dedica boa parte da atração aos quadros em que Xuxa ataca de atriz. E, por incrível que pareça, ela se sai muito melhor neste papel que em suas histéricas intervenções no jogo Conquista de Titã, por exemplo, que lembra as atrações de seus velhos programas.

Já em relação ao Sítio, Dona Benta também está diferente, mas por conta da mudança da atriz que a interpreta. No lugar de Nicette Bruno, entrou Suely Franco, já completamente à vontade no papel. Integrada ao restante do elenco, em pouco tempo Suely deu mostras de que tem condições de entrar para o rol das atrizes identificadas com a personagem, eternizada por Zilka Salaberry.

Apostando numa novelinha

 Se o TV Xuxa ganha ao se aproximar da dramaturgia, o Sítio do Pica-Pau-Amarelo está definitivamente mais próximo do formato de maior sucesso da Globo. Após experiências com episódios que deixaram de ser diários e passaram a ser mensais, o programa agora é uma típica novelinha, com previsão de 180 capítulos. As mudanças incluem a entrada de novos personagens e até um romance pré-adolescente, protagonizado por João da Luz e Cléo, personagens de Henrique Ramiro e Karen Marinho. Os dois novos atores estão muito bem nos papéis e sua história pode ajudar a fidelizar a audiência, principal objetivo da emissora ao abandonar os episódios diários.

 Outra novidade é que os personagens agora estão bem mais próximos do mundo real, o que abre espaço para que sejam debatidos diversos temas da atualidade.

Tia Nastácia, por exemplo, vai à escola, enquanto Pedrinho vai sofrer com a separação dos pais.

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