Angra levanta vôo novamente

Depois de voltar de uma turnê pela Europa e Japão – com pequena pausa em solo brasileiro – o Angra está novamente de malas prontas. Eles têm presença confirmada nos festivais Wacken Open Air, na Alemanha, e Rock Machina, na Espanha. Em novembro, o Angra fará sua estréia nos palcos dos Estados Unidos, no festival Prog Power, em Atlanta, e depois seguem para uma maratona de treze shows ao lado de bandas como Blind Guardian e Gamma Ray.

Na fase mais madura desde a primeira formação, de 1991, o Angra – principal banda do heavy metal melódico do Brasil – acertou os ponteiros, e hoje corre contra o relógio para poder saborear o sucesso que vem obtendo com os dois trabalhos que lançou recentemente: Rebirth, que marcou a volta em outubro de 2001, e Hunters And Prey, de maio de 2002, um mini-álbum com novas composições, ver-sões acústicas, além de uma versão em português. Juntos os discos já alcançaram a marca de 450 mil cópias vendidas em todo o mundo, sendo 140 mil só no Brasil e Japão.

E para aos fãs que aguardam novidades sobre o Angra, em setembro eles lançam um DVD com o show feito no Via Funchal em São Paulo. Nesta apresentação, além de reunir o seu maior público em casa fechada – mais de 12 mil pessoas -, a banda recebeu o disco de ouro pelas 50 mil cópias de Rebirth vendidas no Brasil em apenas 45 dias. O DVD trará ainda shows realizados pelo mundo afora, making of e entrevistas. O novo disco do Angra só ficará pronto no primeiro semestre de 2003.

Carnaval

No meio do show as luzes de apagam. Edu Falaschi (vocal), Kiko Loureiro (guitarra), Rafael Bittencourt (guitarra), Aquiles Priester (bateria) e Felipe Andreoli (baixo) trocam os instrumentos tradicionais por outros, de percussão. A batida é forte e o ritmo lembra o Olodum. Foi assim que o Angra fez questão de marcar, lá fora, que é uma banda do Brasil, e representa a cultura brasileira.

“Isso foi muito bem recebido lá fora, pois o público, principalmente o do Japão, admira o carnaval; eles até tentam tocar, mas não têm o swing do povo brasileiro”, afirma Aquiles Priester, em entrevista para O Estado. O batera conta que a banda se impressionou com o comportamento do público em cidades como Nagóia, Tóquio e Hiroshima, onde os ingressos para os shows se esgotaram um mês antes da apresentação. Ele também conta com satisfação que o Angra foi a primeira banda sulamericana de heavy metal a tocar em Twain. Já na Europa, o trabalho foi cansativo, pois foram 23 shows em 23 dias, percorrendo oito países. “Mas valeu muito”, ressalta Aquiles.

O sucesso internacional obtido pela banda ainda impressiona o baterista (nascido na África do Sul, mas criado em solo brasileiro). “Nesse um ano e meio não sabia o que iria acontecer”, confessa, acrescentando que aposta na afinidade entre os integrantes e principalmente com o público. “O Angra tem contato direto com os fãs no site (www.angra.net). Nós procuramos responder todos os e-mails, e até cobramos um do outro quem fica um tempo sem passar por lá. O site também serve para fazermos pesquisa sobre o que os fãs esperam da banda”, revela Aquiles. Foi a partir dessa pesquisa que surgiu a idéia de uma música em português – Caça e Caçador, que integra o novo CD. “Mas isso só foi possível porque o disco foi um trabalho mais solto, quase alternativo”, explica Aquiles, garantindo que a banda vai continuar compondo em inglês.

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