A história brasileira encenada na rua

Mostrar ao público a vida de pessoas importantes da história brasileira, que muitas vezes passaram despercebidas ao longo dos anos ou mesmo foram “apagadas” pelos seus sucessores.

Este é um dos objetivos do grupo de teatro gaúcho Tribo de Atuadores Oi Nóis Aqui Traveiz, de Porto Alegre, que traz a Curitiba o espetáculo O amargo santo da purificação, amanhã.

Desta vez, os atores vão mostrar ao público curitibano a vida do revolucionário Carlos Marighella (1911-1969), que participou ativamente dos movimentos contra a ditadura militar brasileira. O Oi Nóis Aqui Traveiz vai se apresentar na rua, na Praça Santos Andrade, em pleno meio-dia.

Eles prometem chamar a atenção de quem passar por lá, já que produção de rua não é sinônimo de falta de capricho. “Não poupamos nada por ser uma produção de rua. Pelo contrário, o espetáculo está muito bem produzido, tem muito movimento”, diz uma das produtoras e atrizes do grupo, Tânia Farias.

Ela explica que a linguagem do teatro de rua, ao contrário do que muitas pessoas pensam, é mais complexa do que a utilizada nos ambientes fechados. O espetáculo contará com 25 atores.

“Ela é mais difícil de fazer porque tem que ser bem compreendida pelo público, para ter a capacidade de prender a atenção de quem passa, até o objetivo de segurá-la por ali uma hora, uma hora e meia”, comenta.

A escolha de Carlos Marighella pelo grupo não foi à toa e há boas motivações para isso. Além do Oi Nóis Aqui Traveiz ter deixado – ou forçado a deixar – de apresentar o mesmo texto na década de 80, quando ele foi censurado, ainda há o fato de que Marighella foi um grande revolucionário e não é um nome tão conhecido do grande público.

“Desde a década de 80 já tínhamos vontade de falar sobre o tema. A ideia é mostrar a vida de uma figura importante que a história brasileira quis banir. Começamos a ler sobre ele há alguns anos e ficamos encantados com sua trajetória. Foi um brasileiro atuante, amante da cultura popular, uma figura singular”, analisa Tânia.

O Oi Nóiz Aqui Traveiz não vem a Curitiba há cinco anos. Com este espetáculo, o grupo já passou também por Salvador, na Bahia, e depois da capital paranaense segue para São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

O grupo foi formado em 1978, com a proposta de renovação da linguagem cênica. Além do teatro de rua, os atores também trabalham com o teatro de vivência, que traz o espectador para dentro da apresentação.

Festival

Hoje, às 20h, as bandas Farofa Carioca e Clube do Balanço abrem oficialmente o Festival de Curitiba com um show no pavilhão do Cietep (Av. Comendador Franco, 1341 – Jardim Botânico).

O xote, hip-hop, reggae, funk e o samba a gosto do Farofa Carioca se unem ao samba-rock do Clube do Balanço para animar a noite com uma trilha sonora que é a cara do Brasil.

As festas do festival tem ainda mais dois shows: a banda Sua Mãe, do ator Wagner Moura, se apresenta no próximo dia 25 e a festa de encerramento, dia 28, fica a cargo do Vanguart, Copacabana Club e dos DJ’s Lucio Morais e Yuri Chix.

O passaporte promocional para as três noites de show custam R$ 140 (inteira) e R$ 70 (meia-entrada). Se comprados separados os ingressos custam R$ 60 e R$ 30 por noite. Os ingressos para todos os espetáculos do festival estão à venda no quiosque central do Shopping Mueller, no piso Cinemas.

Serviço

Espetáculo O amargo santo da purificação. Amanhã, às 12h, na Praça Santos Andrade, centro de Curitiba. Entrada franca. Em caso de chuva, o grupo vai promover um sarau com músicas e poemas do espetáculo, também amanha, às 19h30, no saguão do Teatro da Caixa (Rua Conselheiro Lau,rindo, 280). Uma oficina para atores e estudantes de teatro será promovida hoje, das 14h às 18h, no teatro da Caixa (inscrições pelo telefone 41-2118-5114). Um bate-papo com os atores está marcado para hoje, às 20h, também no Teatro da Caixa.

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