A “exterminadora” loura domina Exterminador 3

São Paulo – Ninguém vai dizer que a idéia original de O Exterminador do Futuro não seja interessante: o andróide que volta ao passado para matar no embrião um futuro revolucionário. Na terceira edição, no entanto, que estréia hoje nos cinemas, essa idéia enfraqueceu. Aliás, qualquer idéia (e essa é boa, mas não brilhante) enfraquece depois de tanto tempo e reiteração.

Porém, a continuação cria uma espécie de familiaridade entre o filme e sua platéia de fiéis. Basta assisti-lo com o público e ver como este reage a referências dos anteriores. É a alegria espontânea do reconhecimento. Sentimo-nos em casa quando deparamos com algo familiar. Essa psicologia doméstica explica em parte o sucesso das continuações e a tolerância do público com a falta de inovação.

Sempre se acredita, como se fosse algo óbvio, que o público deseja novidades. Nada mais falso. Deseja reconhecer o que já viu antes, desde que essa repetição venha embalada com algumas variantes que não desfigurem o modelo consagrado. Não se tolera aquilo que mexe no essencial.

Por isso, teremos sempre Arnold Schwarzenegger e seu rosto de expressão única. Teremos perseguições de carros, destruição de objetos em geral, muito vidro quebrado, a ameaça de aniquilação da espécie e, “last but not least”, o, a esta altura já tradicional, embate entre o homem e a máquina.

Bem, trata-se de diversão e por sorte contamos com alguns momentos de bom humor, como se o filme refletisse sobre si mesmo, piscasse o olho para o espectador e pedisse para não ser levado tão a ferro e a fogo. Pena, esses respiros são raros. Predomina certo tom solene e sério, como se as grandes questões (a sobrevivência da espécie, a perplexidade diante das máquinas inteligentes, os conflitos familiares) lá estivessem para ser discutidas a sério e não para servir de pano de fundo às peripécias de Arnold e sua oponente, a robô interpretada por uma moça chamada Kristanna Loken – esta sim, a grande e definitiva sacada do filme.

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