Em (IV), A ação sobre os espíritos, vimos que, segundo o politicólogo e professor francês Maurice Duverger, a ciência política tem como seu objetivo específico ?o poder sob todas as suas formas?.
Na mesma página foi dito que o poder político vem a ser um destaque do poder institucionalizado, que se localiza no Estado, e que aí se exerce.
Dedução: 1) O objetivo da ciência política é muito mais amplo que o poder político; 2) A política acontece em outras áreas, que não somente no Estado; 3) Que não há nenhum grupo social que não interesse ao Estado; 4) Que a dedução três decorre do fato de ser o Estado a sociedade política mais perfeita; 5) Que a perfeição do Estado se liga ao seu poder de proporcionar aos cidadãos (e demais componentes do povo), tudo o que é necessário – todos os meios – para uma vida tranqüila e feliz, ou seja, usufruir da eudaimonia; e, 6) Que o Estado – sede do poder político – interfere em todas as áreas de atuação dos outros poderes.
Talvez esta concepção de poder político poder do Estado haja limitado a definição da ciência política, a de ciência do Estado.
Segundo Maurice Duverger, ciência política ciência do poder – e ciência do Estado se constituem, modernamente, nas duas grandes correntes em torno da discussão da definição de ciência política pelo seu objeto. Mas, seja como for, o Estado está no topo da sociedade; e, é nele que se situa o poder político e que aí há de funcionar. Esta vem a ser, ao menos, a expectativa dos cidadãos.
Sabemos que a colaboração ou os serviços diretos, de professores e de cientistas políticos, na elaboração da política, com alguma significação social, vêm acontecendo, há mais de seis décadas. Com relação a isto, o politicólogo Jean Meynaud afirma: ?Boa parte desses esforços foi despendida no setor da assistência técnica nas Nações Unidas. Não foram uniformemente bem-sucedidos. Vezes sem conta os peritos ignoravam os dados básicos dos países para os quais tinham sido chamados a trabalhar.
Pedro Henrique Osório é professor universitário.