2006 foi sortido em shows internacionais

São Paulo, (AE) – Para um ano que abriu com Rolling Stones nas areias de Copacabana e promete fechar com Sérgio Mendes e Black Eyed Peas no réveillon de Ipanema, 2006 foi bem sortido em shows internacionais. Além das atuações impecáveis de outros veteranos, como Patti Smith, Mission of Burma e Gang of Four, o balanço do rock, superando os excessos do U2, fechou em grandes lucros com revelações deste século – Franz Ferdinand, Radio 4, Art Brut, We Are Scientists -que brilharam nos palcos paulistanos e cariocas.

De dentro para fora, houve o relativo fenômeno do Cansei de Ser Sexy, banda paulistana moderninha, mas meio insípida, que caiu nas graças de gente como os críticos do semanário musical britânico NME. Foi lá em Londres, também, que aconteceu, outro evento brasileiro. Os Mutantes, marcaram seu retorno com um show badaladíssimo, registrado em DVD disponível por aqui.

No campo da MPB convencional, a overdose foi de Chico Buarque, que voltou ao CD e aos palcos com o monótono Carioca. Além de uma série de DVDs, ainda foram relançados seus discos antigos dos anos 60s aos 80s, etc. e tal. Bem mais animado, outro figurão que voltou foi Caetano Veloso, com um bom álbum temático casando sexo, rock e melancolia. Caetano dividiu os créditos de Cê, especialmente pelo acento rock, com os jovens Pedro Sá, Ricardo Dias Gomes e Marcelo Callado e se superou no show incluindo no roteiro clássicos afins dos anos 70.

Apesar de prevalecerem no mercado esquemas , como os dos discos ao vivo em dobradinha com DVDs de shows cheios de convidados, houve espaço para boas novidades, seja de gente veterana – como Rosa Passos e Bebeto Castilho – ou não, aí incluídos Lucas Santtana Rebeca Matta, Mombojó e Rômulo Fróes.

A voz da periferia ganhou mais terreno no mercado paralelo e foi encampada com mais ênfase pela televisão, como na minissérie Antônia e nos programas de Regina Casé. Os índices de pirataria física apontaram queda, o que não quer dizer que o grosso dos consumidores tenha optado por comprar mais CDs originais. Em duelo contra os downloads ilegais, as grandes gravadoras lançaram poucos títulos representativos. Em compensação, fizeram bons investimentos na recuperação de acervos.

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